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A SurdiSol – União de Apoio ao Surdo e Populações Especiais luta por uma nova sede com condições para apoiar mais pessoas, quando atualmente tem 72 utentes, disse à agência Lusa o presidente.
“O nosso grande objetivo é ter uma sede com condições. O ideal era um edifício de raiz, mas já nem pedimos tanto. Precisamos mesmo de um espaço com as condições mínimas, como exige a Segurança Social”, assumiu António Jorge.
O presidente da SurdiSol contou que a associação divide o lugar da sede com o Rancho Folclórico de Moure de Madalena, na antiga escola primária daquela localidade da freguesia do Campo, Viseu.
O “único apoio institucional é do Município de Viseu”, cujo valor anual “paga aos intérpretes durante uns bons meses, aliás, sem ele a missão estaria comprometida, porque não seria possível disponibilizar gratuitamente” o serviço aos cidadãos.
Da Segurança Social “não há qualquer apoio, apesar de o processo estar a andar há anos” e de a SurdiSol já ser uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) e também organização não governamental para a pessoa com deficiência (ONG-PD).
“Mas não conseguimos obedecer a todos os parâmetros, porque tínhamos de ter um centro de respostas como têm outras instituições. E só conseguiríamos ter pessoas a tempo inteiro através desse apoio”, indicou.
Esse centro passa por “ter de ser um espaço com casa de banhos para pessoa com deficiência, com rampas, sem barreiras arquitetónicas, sala para terapia da fala, para formação na língua gestual” e isso “aquela escola centenária não tem”.
A SurdiSol nasceu em 2010, pela mão de António Jorge e familiares, porque um dos sobrinhos nasceu surdo profundo e, se no início, começaram por apoiar “os mais próximos, hoje são 72 pessoas de todas as idades, maioritariamente adultos”.
Um trabalho que “está sempre a aumentar” e que vive com base na “muita boa vontade e voluntariado, na direção, muitos familiares e amigos que ajudam e através de uma “série de protocolos com instituições”, desde a área da educação, cultura e desporto.
A título de exemplo, António Jorge falou do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e da Escola Secundária Alves Martins, na cidade, com quem têm protocolo para “terem uma intérprete nas aulas e assim os jovens poderem continuar os estudos”.
“Graças aos protocolos, hoje já conseguimos levar pessoas ao Teatro Viriato, por exemplo, e a outros espetáculos culturais. Como no desporto, nomeadamente na natação. É um trabalho contínuo com as entidades, mas falta fazer muito”, disse.
A criação das escolas referência, em 2008, ditou que no distrito, com 24 municípios, só o Agrupamento de Escolas Grão Vasco, em Viseu, fosse “o único como referência” o que “dificulta muito as crianças que vivem nos concelhos mais longínquos”.
António Jorge falou de “um menino em idade pré-escolar que não se pode deslocar todos os dias para Viseu e a Câmara de Sernancelhe, onde vive, até ajudava no transporte, mas é de uma enorme violência para a criança”.
Outra área de “trabalho intenso” é na “formação de Língua Gestual Portuguesa (LGP) que deveria chegar a mais pessoas, principalmente, para quem está no atendimento ao público”.
Os cidadãos surdos “têm de agendar tudo antecipadamente para se conseguir uma intérprete para os acompanhar a todo o lado, seja às finanças, a uma consulta médica, à PSP ou GNR, ou ao tribunal”.
A SurdiSol apoia cidadãos de “todo o distrito e vai também aos concelhos dos distritos do lado, depende das vias de comunicação, porque as associações mais perto ficam em Coimbra, na Régua (distrito de Vila Real), Ílhavo (Aveiro), Guarda e Castelo Branco.