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A falta de ar é um sintoma muito comum e que pode estar relacionado com várias doenças. Uma delas é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, ou DPOC, que se caracteriza por sintomas persistentes como dispneia (sensação de falta de ar), tosse e expetoração, que resultam da obstrução ao fluxo do ar devido a alterações nas vias respiratórias e nos alvéolos.
É uma doença de instalação lenta e progressiva, o que faz com que muitas vezes as pessoas só recorram à ajuda médica já numa fase mais avançada. Normalmente, na fase inicial, apenas referem tosse acompanhada por expetoração, que vão desvalorizando. Com o tempo, há uma progressão para infeções respiratórias mais recorrentes, com agravamento dos sintomas já referidos (tosse, expetoração e dispneia) e o cansaço fácil vai-se acentuando até surgir com a realização de apenas pequenas tarefas, como a higiene diária ou falar.
A DPOC é causada pela exposição a partículas nocivas inaladas, como o fumo do tabaco, poeiras ou gases. Embora esteja tradicionalmente associada ao tabagismo, a DPOC pode ter outras causas relevantes, como infeções respiratórias recorrentes, poluição ambiental ou fatores genéticos.
A Organização Mundial da Saúde estima que em 2030 a DPOC será a terceira principal causa de morte a nível mundial. Em Portugal, segundo dados de 2019 da Direção Geral de Saúde, a prevalência desta doença é de 14,2% na população com mais de 40 anos e espera-se um aumento da sua taxa de incidência nas próximas décadas, devido à exposição contínua a estes fatores de risco e ao envelhecimento da população.
O diagnóstico precoce da DPOC é essencial para reduzir a progressão da doença. É fundamental fazer uma avaliação clínica com exame físico da pessoa, considerando os fatores de risco e os sintomas persistentes. A doença é confirmada através da espirometria, um exame que avalia a função pulmonar, através da aferição da capacidade pulmonar e da velocidade do fluxo de ar. Assim, se fuma ou se expõe a outros poluentes (produtos químicos ou poeiras, por exemplo) e apresenta com frequência tosse persistente com ou sem produção de muco, sensação de falta de ar e cansaço fácil, deve procurar assistência da sua Equipa de Saúde Familiar para uma avaliação.
O tratamento da DPOC tem como objetivos principais o controlo dos sintomas, a melhoria da capacidade funcional e a prevenção de exacerbações. Na doença avançada, a oxigenoterapia de longa duração e a ventilação não invasiva melhoram a esperança de vida.
Principais medidas a adotar se tem DPOC:
A reabilitação funcional respiratória, tida internacionalmente como intervenção não farmacológica de primeira linha no tratamento da DPOC, tem comprovado ser eficaz na melhoria da tolerância ao esforço, na redução da dispneia e sintomatologia respiratória e, consequentemente, na promoção da autonomia e qualidade de vida. Trata-se de um conjunto de técnicas e exercícios, que visam melhorar a função pulmonar de pessoas com doenças respiratórias crónicas ou com compromisso respiratório e cujo objetivo principal é otimizar a capacidade respiratória, reduzindo a falta de ar e aumentando a tolerância ao exercício. A reabilitação funcional respiratória, através do ensino para o autocuidado, fornece também informações e ferramentas para que as pessoas se tornem mais conscientes da sua condição e participem ativamente no seu tratamento.
Neste contexto, destaca-se a importância da enfermagem de reabilitação, trabalhando com a pessoa, várias técnicas de reabilitação funcional respiratória, o que ajudará na redução da sensação de falta de ar, no aumento da tolerância ao esforço, na prevenção de complicações e crises da DPOC, na diminuição das hospitalizações, promovendo assim a independência, melhorando a qualidade de vida e contribuindo para a melhoria do bem-estar físico e psicológico, reduzindo a ansiedade e a depressão relacionadas com esta doença.
É crucial aumentar o conhecimento sobre a DPOC. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida da pessoa doente e reduzir o número de mortes.
Melhorar a respiração é viver melhor!
Sandra Costa, Enfermeira e Estudante do Curso de Mestrado em Enfermagem de Reabilitação da ESSV, em colaboração com a UCC Viseense
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