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“Não existe arte onde não há liberdade”, é o lema dos jovens artistas em Viseu

A 24ª edição do Festival de Teatro Jovem e Amador de Viseu junta mais de 20 grupos escolares e associativos, homenageia Jorge Fraga e continua a formar artistas num palco onde errar também é parte do processo. Os prémios são entregues na próxima semana

Reportagem de Filipa Leal e Maria Oliveira*
 “Não existe arte onde não há liberdade”, é o lema dos jovens artistas em Viseu - Jornal do Centro
12.07.25
fotografia: Jornal do Centro
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 “Não existe arte onde não há liberdade”, é o lema dos jovens artistas em Viseu - Jornal do Centro
12.07.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 “Não existe arte onde não há liberdade”, é o lema dos jovens artistas em Viseu - Jornal do Centro

“Eu comecei precisamente aqui, com 12 anos, cheio de nervos e entusiasmo, sem saber muito bem o quê que estava a fazer, mas eu senti que era ali, no palco, que alguma coisa em mim fazia sentido”, diz Micael de Almeida, ator e encenador do Grupo Re: Star´t.

O Festival de Teatro Jovem e Amador de Viseu não é meramente uma festividade, é um espaço onde se formam artistas. Para o ator e encenador Micael de Almeida não havia um plano B. O teatro esteve sempre em primeiro lugar: “era como se estivesse sempre a borbulhar por dentro efervescente, então tive mesmo de começar a criar e interpretar, a inventar coisas só para conseguir sentir algum tipo de normalidade”, conta o artista.

Viseu aposta no Teatro Jovem 

Leonor Barata, vereadora da cultura de Viseu, explica que o evento surgiu com o objetivo de apoiar o teatro escolar e amador, criando oportunidades para que os jovens tenham um primeiro contacto com o palco. A participação obedece a uma série de requisitos: apenas escolas ou associações podem competir; cada grupo só pode apresentar uma peça que tem de ser estreada antes do festival.

A 24ª edição do Festival de Teatro Jovem e Amador contou este ano com mais de 20 peças. Este projeto decorreu entre 7 de maio e 7 de junho. A decisão de prolongar a duração do evento resultou da experiência de edições anteriores, nas quais se percebeu que concentrar todas as apresentações numa semana era inviável. “Percebemos que não fazia sentido concentrar todas as apresentações numa semana, porque eram tantas apresentações que quem ia à tarde já não ia à noite. Portanto, estendemos isto quase um mês e meio e o festival está a decorrer e as pessoas vão vendo as peças que têm a possibilidade”, explica Leonor Barata.

A Câmara Municipal de Viseu é a principal organizadora e financiadora do festival, cedendo as instalações do Auditório Mirita Casimiro e garantindo todas as condições necessárias para as apresentações. Além disso, promove a valorização de cada grupo com diferentes prémios de participação. “Há os prémios de melhor peça, melhor interpretação, melhor dramaturgia. Portanto, isso tudo é a Câmara que financia”, refere Leonor Barata.

As associações têm ainda a possibilidade de participar em workshops gratuitos, nas áreas da voz, da interpretação, do corpo e do movimento. Contam ainda com o apoio de uma consultora que pode acompanhar o desenvolvimento dos projetos, garantindo uma melhor performance. “Tudo isto são pequenas inovações que nós vamos fazendo para, por um lado, garantir maior qualidade ao festival e, por outro lado, garantir a sua função pedagógica que é muito importante na educação”, afirma vereadora da cultura da Câmara Municipal de Viseu.

Nos palcos e nos bastidores, a preparação é igual a qualquer outro espetáculo. Veríssimo Santos, diretor do Auditório Mirita Casimiro, acompanha este evento há vários anos e garante que todas as necessidades são respeitadas. “Acomponente técnica entregue à nossa equipa técnica e depois é ver o que é que cada um dos grupos pretende, quer em termos de iluminação, quer em termos de cenários, portanto, depois adaptar a cada um destes espetáculos. A dificuldade, normalmente, que é para uns não será igual para outros, mas a dificuldade é inerente a qualquer um dos espetáculos, mas é uma dificuldade que é facilmente ultrapassada”, esclarece.

Homenagem a Jorge Fraga

A edição de 2025 é marcada por uma homenagem ao encenador, dramaturgo, ator e fundador do festival Jorge Fraga. “Foi meu professor”, recorda Veríssimo Santos.

“Jorge Fraga, atendendo à figura que foi em termos de teatro a nível nacional, porque não convém esquecer a sua carreira que ele fez não só em Viseu, mas também a nível nacional, nos teatros nacionais. Tem todo sentido estarem a dar um bocadinho de carinho à figura de uma pessoa que foi tão carismática cá na cidade e também a nível do ensino do próprio teatro e da própria encenação”, salienta o diretor do Auditório Mirita Casimiro.

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Visiunarte leva 13 anos de Talento Jovem ao palco

A Associação Viseunarte é uma das participantes. Com mais de 13 anos de participação, vê neste festival uma oportunidade única para os jovens atores. “Este festival é uma excelente oportunidade, não só para os jovens atores que pertencem às diferentes associações que existem em Viseu, porque, efetivamente, é muito complicado, hoje em dia, especialmente em Viseu, nós conseguirmos arranjar aqui algum destaque, algum palco”, afirma Miguel Costa, ator e encenador da Associação Visiunarte.

Em todas as edições, a Visiunarte escolhe uma peça dentro do repertório anual, normalmente de género teatro musical e tendo sempre em conta os alunos disponíveis e os tipos de projetos já desenvolvidos. “há peças que sou eu que escrevo, simplesmente me lembro ou alguma coisa que acontece na sociedade e que me faz criar um texto sobre isso. Outras vezes são textos que já existem e que damos uma nova interpretação”, revela Margarida Ribeiro, encenadora da Associação Visiunarte.

Miguel Costa, um dos membros da Visiunarte, realça ainda a importância deste tipo de festivais para o crescimento dos jovens atores. “Se nós não colocamos os nossos jovens atores em palco, eles nunca vão ganhar este bichinho, nem nunca vão ganhar este gosto pelo teatro”, sublinha Miguel Costa.

Jovens Atores entre os desafios do presente e o futuro no Teatro

Micael de Almeida, que iniciou o seu percurso profissional neste palco, regressa este ano com três peças. Em duas delas assume o papel de encenador e  na outra acumula também a função de ator. Em 2007, recebeu o seu primeiro prémio: Melhor Interpretação Masculina. “Autor, precisa-se”, uma peça que aborda o processo criativo, subiu ao palco no dia 18 de maio. Já “Amigo Imaginário” apresentada no dia 31 de maio, conta a história das diferentes formas de lidar com o luto. A terceira peça, “Strip Poker”, uma comédia, foi apresentada no dia 25 de maio. “O teatro foi e continua a ser o meu lugar seguro e ao mesmo tempo o meu parque de diversões. É onde eu sinto que posso ser tudo sem deixar de ser eu”, afirma o ator.

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Embora note uma quebra de afluência, o ator ressalta o envolvimento total do público. “Sinto que este ano a afluência do público tem sido um bocadinho menor, mas dito isso, o público que tem vindo tem sido absolutamente incrível. Por mais que em alguns casos tenhamos menos cadeiras ocupadas, saímos ainda assim, com a sensação de missão cumprida”, comenta Micael de Almeida.

Para quem quer seguir o teatro, Micael de Almeida deixa um conselho: procurar um grupo onde possa errar. “Quando encontrares aquele grupo em que podes arriscar, falhar, rir de ti próprio. Aí sim, começa o verdadeiro teatro”, sugere o ator. Com mais de 30 peças, o artista vê o futuro do teatro com incerteza. “sinto que existe uma necessidade, de construirmos ou reconstruirmos porque a arte não existe onde não há liberdade” afirma o artista.

Leonor Barata partilha da mesma opinião. “Os jovens de hoje têm as suas referências culturais e artísticas e que não são as mesmas das gerações anteriores e que é importante, me parece, é perceber que nós temos que construir, entre todos um território comum de entendimento para desenvolver cada um as suas atividades”, reforça vereadora da Câmara Municipal de Viseu.

De acordo com um estudo sobre os hábitos culturais do Observatório Permanente da Juventude, “apenas 13% dos inquiridos assistiram a espetáculos de teatro. Entre os mais jovens, é no grupo dos 15-24 anos que se encontra maior adesão em ir ao teatro, sendo que 16% afirmaram assistir a uma peça de teatro 1 ou 2 vezes por ano”.

Segundo Leonor Barata, o Festival de Teatro Jovem e Amador “continuará a existir até as escolas e as associações continuarem a achar que isto faz sentido”.

  • Alunos de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Viseu
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