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O negócio da salvação das almas

 O negócio da salvação das almas - Jornal do Centro
26.07.25
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 O negócio da salvação das almas - Jornal do Centro

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

A Netflix acaba de lançar o documentário “Apocalipse nos Trópicos”, da realizadora Petra Costa, que descreve a pegada cada vez mais pesada dos evangélicos na política brasileira. 
O filme mostra a força do “influenciador” Silas Malafaia. Este televangelista de sucesso, que tem jatinho privado e tudo, explica que a intervenção mais decidida dos pastores na política começou há coisa de 15 anos. Perante as câmaras, o homem, de peito feito e retórica afiada, faz questão de lembrar que foi ele quem casou e baptizou e criou a personagem Jair Messias Bolsonaro, que a colocou no Palácio do Planalto, a teleguiou, a fez prantar o evangélico André Mendonça como “um instrumento de Deus” no Supremo Tribunal Federal.
Que tenha dado conta, este documentário ainda não originou buzz nenhum no comentariado e nas redes sociais portuguesas. No Brasil, está a abanar as águas. No Folha de S.  Paulo, um “laico e pluralista” João Pereira Coutinho suspira por uma “separação entre o Estado e a Igreja” sem “excepções ideológicas” e pergunta “como foi que os evangélicos cresceram tanto no Brasil?”
A melhor resposta que conheço a esta pergunta é dada por Moisés Naím, em “O Fim do Poder”. Neste livro, aquele autor venezuelano explica-nos o sucesso das “novas igrejas protestantes evangélicas, pentecostais e carismáticas” no “negócio da redenção”. Nos primeiros dez anos do século, “meio milhão de católicos” deixaram “a igreja todos os anos”. As quase duas horas de “Apocalipse nos Trópicos”, divididas por vários capítulos e um epílogo, exibem um factóide que vai fazer as delícias dos apreciadores de teorias da conspiração: em 22 de Julho de 1963, um Henry Kissinger alarmado com a influência dos padres marxistas brasileiros da teologia da libertação enviou um memorando ao presidente Richard Nixon a avisá-lo que a Igreja Católica já não era confiável na região. E que esse 

memo teria estado na origem da expansão evangélica. Matéria para dúvidas e 

conspiranoiquices, claro. Uma coisa é certa, depois disso muitíssima água correu debaixo das pontes e, se é verdade os EUA terem sido os pioneiros na exportação deste negócio anticomunista da salvação das almas, não é menos verdade, como explica Moisés Naím, os líderes deste mercado serem agora o Brasil e o Quénia.O sucesso das comunidades evangélicas assenta na sua boa “adaptação às circunstâncias locais” e num “nicho de negócios bem pensado, em todos os aspectos, desde a doutrina” ao “espaço e tempo da oração, comodidades e serviços comunitários, como cuidados infantis, auxílio na procura de emprego”. 
Depois de ter alastrado na América Latina e África, agora a expansão é para a Europa. A geração do pós-guerra e os seus filhos libertários de Maio de 68 construíram uma Europa secular, com uma separação perfeita entre assuntos espirituais e assuntos políticos. Infelizmente, 

como descrevi aqui na semana passada, esse edifício institucional magnífico, que tanto contribuiu para a liberdade e a autonomia das mulheres, está a ser corroído pela aliança das esquerdas radicais com os islâmicos e a aliança das direitas radicais com os evangélicos.

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