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as primeiras palavras…
“Profundamente sensibilizado convite presidir Congresso saúdo companheiros consciente da importância deste Congresso para objectivos centrais nossa luta liberdades democráticas povo português independência povos coloniais declaro aberta a sessão “.
Foram estas as primeiras palavras da sessão inaugural do 3º Congresso da Oposição Democrática realizada ontem à noite [4 de Abril] no Cine-Teatro Avenida. Pronunciou-as o dr. Álvaro Seiça Neves e foram enviadas do exílio, por telegrama, pelo Prof. Rui Luís Gomes, presidente da sessão por vontade unânime da Comissão Nacional.»
(in jornal «República» de 5 de Abril de 1973) [visado pela Comissão de Censura].
A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) organizou em Aveiro, dia 1 de Abril, uma comemoração de âmbito nacional do 50º aniversário do 3º Congresso da Oposição Democrática.
Com esta comemoração a URAP, conjuntamente com outras associações, instituições e os portugueses em geral, iniciou um conjunto de iniciativas que entende enquadradas nas comemorações populares dos 50 anos do 25 de Abril.
“Comemorações que permitem retirar do esquecimento acontecimentos marcantes da resistência antifascista, as muitas lutas e vidas ceifadas e sacrificadas pela repressão e pelo fascismo e assim valorizar todas e todos os que lutaram e resistiram para que finalmente o fascismo fosse derrotado e alcançada a liberdade”, como declarou o coordenador da URAP José Pedro Soares.
Este Congresso foi um acontecimento de particular importância na luta contra o fascismo português, que veio juntar-se à luta de todos os democratas portugueses contra a ditadura e constituiu um forte impulso para o 25 de Abril de 1974.
O 3º Congresso da Oposição Democrática, realizou-se em Aveiro, no Cine -Teatro Avenida, entre 4 e 8 de Abril de 1973, sob fortes medidas repressivas que, como constava da nota do então Governador Civil, eram «providências para evitar o acesso à cidade» de «milhares de pessoas», e que culminaram com uma violenta carga policial sobre a romagem ao cemitério a que nem os jornalistas estrangeiros escaparam.
Nada impediu a participação de 4 000 antifascistas – muitos de Viseu -, nem o seu contributo para a queda do regime fascista e colonialista que durante 48 anos governou Portugal. Este Congresso foi também um factor de consciencialização para os oficiais das Forças Armadas.
Sublinhe-se que para além dos congressistas presentes em Aveiro, houve um número enorme de pessoas que esteve envolvido na sua preparação e em várias reuniões por todo o país que antecederam o 3º Congresso. Foi organizado por uma Comissão Executiva, formada por democratas de Aveiro, e pelas CDE (Comissão Democrática Eleitoral) distritais. Em seguida, foi formada uma Comissão Nacional constituída por 500 democratas de todo o país. Foram apresentadas cerca de 200 teses e comunicações, muitas das quais colectivas.
Diferente foi o dia 1 de Abril de 2023. Um dia de festa em Aveiro. Festa de democracia, festa de comemoração, festa de luta, festa de combate, festa de esperança, festa de liberdade.
Milhares de pessoas, vindas de todo o país em autocarros e por meios próprios, estiveram nas ruas da cidade e muitas centenas numa sessão no Centro de Congressos. Dezenas de viseenses, entre eles 3 participantes no 3º Congresso, disseram presente.
O desfile que se seguiu à sessão, desde o Centro de Congressos até ao cemitério, que, segundo o coordenador da URAP, é “a romagem que há 50 anos o fascismo impediu e reprimiu”, foi integrado por milhares de pessoas, entre as quais se destacava a juventude, empunhando bandeiras da URAP e algumas faixas dos muitos núcleos que participaram.
Na ocasião foi lançado o livro “A Caminho do 25 de Abril. 50 Anos. III Congresso da Oposição Democrática. Aveiro Abril 1973”. Refira-se que, à data de hoje, a primeira edição já está esgotada e está no “prelo” a segunda.
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Rita Mesquita Pinto
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Diogo Pina Chiquelho