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Margarida Benedita
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Rita Mesquita Pinto
Esta é a croniqueta candidata à mais simples das prosas mais simples que alguma vez foram escritas em papel de jornal. Dito isto, não vale a pena exigir pensamento rebuscado, abordagem complexa, metáforas inteligentes, análise profunda sob qualquer tema. Nada. Apenas simplicidade…
Era uma vez um país com muito sol, de borla, boa comida, barata, cerveja, uísques e tinto e branco a preço da uva mijona que ficou todo contente quando uns milhares de ostrogodos, que ganham a vida como estivadores de Manchester e um rabotalho encartado proveniente dos becos periféricos de Londres se meteram em aviões lotados a 30 libras por cada assento de 37,5 cm de mete-cagueiro e olha janela com direito a bolacha de água e sal e água com sabor a bufa.
Vieram os ostrogodos até à arena do Dragão para ver outros estivadores e rabotalho (com carros de marca e assentos de avião com mais centímetros para assentar o cagueiro) a combater 11 contra onze que a bolinha é redonda e…
Horas, dias, poucos, antes, aproveitaram para tirar a barriga de misérias (ler de novo o segundo parágrafo), arrotar e xixizar pelos cantos até desfazer o que lhes restava do hipotálamo, que, como se sabe, é aquela parte do cérebro que controla a sede e até à vontade de fazer xixi… e com este feito em esponja, já se sabe…
Isto foi, como bem sabem planear os ostrogodos que não bebem em serviço e ainda possuem partes intactas do hipotálamo, pensado com tempo e, a 07 de Maio, abriram os currais e eles vieram por aí abaixo, a trote e a galote e…
Por cá, os licenciados nas melhores academias em empurrar manivelas de fino ou imperial, os doutorados em conduzir táxis nas melhores universidades, e os chef´s que colocam como ninguém tremoços e alcagoitas nos pires de plástico não-binário, urraram de gozo com a entrada de euros frescos…
Mas, claro, passou a noite de combate no Dragão… E, lá na origem, os ostrogodos de serviço fizeram soar as trompetas de chamada dos ostrogodos que estavam além-fronteiras. E eles foram.
Acabou a festa, porque chegara o tempo de recuperar o hipotálamo… e voltar a aprender a fazer xixi no sítio certo, que isto de fazer onde surge a vontade é coisa que dá que pensar…
E agora, perante a evidência de que o tal país do segundo parágrafo foi usado, abusado e destratado, mesmo por ostrogodos com metade do hipotálamo, o que fazer?
Como se está ainda no tempo do luto, não vale a pena pensar que os ostrogodos se vão safar como se nada se tivesse passado, mas, a ver pelo que é possível ver, o lamento parece ser ensurdecedor e as saudades dos ostrogodos de hipotálamo desfeito começam a derrotar a vontade de vingança, a tirar o sol ao país do segundo parágrafo…
E já se ouve em cada taxista do norte, em cada tira-finos do sul, em cada doutor e engenheiro de fazer o sol brilhar, um clamor que faz tremer o chão: voltem, ostrogodos, voltem, que n´so não ligamos nada aos efeitos do hipotálamo estragado!
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Margarida Benedita
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Rita Mesquita Pinto
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Jorge Marques
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Diogo Pina Chiquelho