Com o lema “20 anos de História a olhar para os Próximos…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Com a chegada do outono, é altura de saborear os ingredientes da…
por
Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
por
Pedro Escada
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
Que a música é uma forma de entretenimento usada em diversas ocasiões, já todos sabíamos, mas que pode ser uma grande aliada na saúde e no bem-estar, já é diferente!
Ao longo dos tempos a música tem acompanhado o homem na sua viagem pela história, apresentando-se como um recurso terapêutico quase sempre presente, seja como manifestação de alegria, de prazer ou em rituais de cura.
São vários os registos da sua utilização: na civilização Suméria e Babilónica a música era utilizada nos rituais de cura e nas celebrações nos templos. No Egito, como recurso terapêutico para a reabilitação física, psíquica e emocional, sendo até considerada capaz de aumentar a fertilidade da mulher. O povo Hebreu utilizava-a para o tratamento de problemas físicos ou mentais, mas é na antiga Grécia que a música começa a ser encarada mais racionalmente de forma terapêutica. Para Pitágoras a “música e a dieta são os dois principais meios de limpar a alma e o corpo e manter a harmonia e a saúde de todo o organismo”. Na mesma linha de pensamento, Platão recomendava-a no tratamento de problemas mentais tais como terrores e fobias. Para Hipócrates, o “pai” da medicina ocidental, a música podia estabelecer o equilíbrio da saúde, obter depuração catártica das emoções, promovendo a mente a dominar-se.
No entanto, apesar destas indicações, o verdadeiro interesse pela música como recurso terapêutico surge no século XX, quando, no final da II Guerra Mundial, músicos profissionais eram contratados para tocar em hospitais de veteranos de guerra por forma a promover o bem-estar e uma rápida recuperação. Foi a partir desta experiência que se deram início a muitos estudos relacionados com a aplicação de música na saúde, que acabariam por resultar na aceitação da música como forma de terapia, iniciando-se a formação de profissionais de saúde nesta área, tornando-se os Estados Unidos da América pioneiros mundiais nesta matéria. Este reconhecimento levaria à criação da afamada Fundação de Musicoterapia Americana – American Music Therapy Association – que ainda hoje é uma referência.
Em Portugal a história da música como recurso terapêutico, nos cuidados de saúde, inicia-se em 1960, tendo como foco principal as pessoas com perturbações do foro mental e as crianças. Para ajudar na sistematização da aplicação da música como recurso nos cuidados de saúde em Portugal, é criada, em 1973, a Associação Portuguesa de Educação Musical e em 1996 é fundada a Associação Portuguesa de Musicoterapia, com o objetivo de reunir os profissionais das disciplinas ligadas à música e promover o desenvolvimento da musicoterapia.
Das mais diversas terapias complementares e integrativas utilizadas na saúde, o uso da música como recurso terapêutico é, sem dúvida, dos mais frequentes. O seu uso nos cuidados de saúde tem efeitos terapêuticos comprovados levando a que os utentes beneficiem na integração de benefícios físicos, mentais e sociais, repercutindo-se na recuperação e resposta ao tratamento de diversas doenças. A música apresenta-se como uma terapia eficiente e imediata, capaz de reduzir o stresse e a ansiedade, para além de ter a capacidade de controlar os batimentos cardíacos, diminuir a tensão arterial, ajudar a controlar e a reduzir os níveis de dor e consequentemente a necessidade de administração de analgésicos.
Este é um tratamento não invasivo e não doloroso, a sua aplicação revela-se como uma técnica segura simples de executar, económica, e que não apresenta custos tão elevados como outras terapias, permitindo reduzir o custo dos cuidados de saúde sem exigir recursos humanos extra e sem apresentar efeitos secundários. Um recurso que é facilmente incorporado num programa de gestão multimodal e que possibilita o aumento da satisfação dos utentes relativamente aos cuidados a que são submetidos.
A integração de intervenções não farmacológicas, como a música, na prática diária dos cuidados, vem ao encontro das orientações e normas estabelecidas por entidades de saúde nacionais e internacionais, tais como a Organização Mundial de Saúde e a Direção Geral da Saúde, recomendando aos profissionais de saúde que desenvolvam todos os esforços no sentido de promover a excelência do exercício profissional e consequentemente a melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos cidadãos.
Neste sentido, e uma vez que são vários os artigos científicos que comprovam os benefícios da utilização de música, aproveite este recurso e “use e abuse” no seu dia-a-dia.
por
Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
por
Pedro Escada
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Helena Barbosa