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A NATO ainda existe?

 A NATO ainda existe? - Jornal do Centro
05.07.25
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 A NATO ainda existe? - Jornal do Centro

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

Václav Havel — o primeiro presidente da república eleito democraticamente a leste depois da queda do muro de Berlim — publicou um texto, em Março de 2006, intitulado “Além da desilusão revolucionária” que, relido agora depois do triste espectáculo da última cimeira da NATO, se torna ainda mais inquietante.
Václav, um homem da liberdade, conhecia como ninguém o imperialismo russo e o processo de democratização nos países de leste onde a privatização das economias foi conduzida pelas hierarquias comunistas que estavam no poder. Ele não o diz, mas é até pensável que o império soviético tenha colapsado com aquele fragor e aquela rapidez pela simples razão de as elites que o governavam, designadamente quem mandava nas polícias secretas, saberem que iam ficar com os despojos.
A seguir à queda do muro de Berlim houve dois grandes caminhos: 
— países houve que puderam aderir à UE (recebendo protecção institucional e económica) e à Nato (ficando debaixo do guarda-chuva militar norte-americano); um dos grandes obreiros deste movimento foi Václav Havel;
— países houve que não tiveram essa sorte e, para desgraça dos seus povos, como diz Havel, quando antes tinham “regimes comunistas totalitários”, passaram a ter um “pós-comunismo mafioso”. E, agora digo eu, com o capo di tutti capi a mexer os cordelinhos a partir do Kremlin.
E é por causa de Putin, e da nostalgia soviética do presidente russo, que, naquele texto, o grande Václav Havel explica onde está o grande problema: “a Rússia nunca soube realmente onde começa e onde termina.” 
Quando um país com mais de 17 milhões de quilómetros quadrados (o maior do mundo, o Canadá que é o segundo não chega aos 10 milhões) não se acomoda com as fronteiras que a comunidade das nações lhe reconhece e ainda se quer expandir mais, esse país é fonte de instabilidade para todo o mundo.

O génio do mal saiu da garrafa quando, em 24 de Fevereiro de 2022, pela primeira vez na Europa depois de Adolf Hitler, um ditador trespassou as fronteiras de um país pacífico — o único a leste que, com a “Revolução Laranja” em 2004/2005 e o “Euromaidan” em 2013/2014, tinha corrido os fantoches ao serviço do Kremlin. A partir daquela data infame, as instituições que era suposto defenderem o direito internacional passaram a ser espezinhadas todos os dias. O combate às alterações climáticas foi metido entre-parêntesis. O livre comércio entarifou. A diminuição da pobreza e consequente aumento global da classe média — operados pela globalização — perdeu fôlego. A esperança na paz e na liberdade desvaneceu-se. Regressou a corrida aos armamentos. Até as potências “pacifistas” do pós-1945, o Japão e a Alemanha, vão agora remilitarizar-se em força, o que só não inquieta quem não tem memória histórica.
24 de Fevereiro de 2022. Um dia que marca um antes e um depois. O antes era bem melhor do que o depois. E o depois impossibilita o regresso ao antes. Como se viu, a última cimeira da Aliança Atlântica nos Países Baixos, coreografada por Mark Rutte, teve muitos afagamentos de ego à criatura que manda na Casa Branca mas nada de substantivo sobre a Ucrânia. 
Pior: Donald Trump foi tudo menos claro sobre o artigo 5º, foi tudo menos claro sobre o que fará se Vladimir Putin — que “nunca soube realmente onde começa e onde termina” a Rússia — fizer a um país da NATO o que fez, naquela data infame, à Ucrânia. 
E esta falta de clareza impõe uma pergunta que nenhuma chancelaria ocidental tem a coragem de fazer em público: a NATO ainda existe?

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