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‘A pressão existe porque já mostrámos que somos capazes. Fico feliz que nos cobrem’, diz Francisco Neto

 'A pressão existe porque já mostrámos que somos capazes. Fico feliz que nos cobrem', diz Francisco Neto
08.07.23
fotografia: Jornal do Centro
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 'A pressão existe porque já mostrámos que somos capazes. Fico feliz que nos cobrem', diz Francisco Neto
11.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 'A pressão existe porque já mostrámos que somos capazes. Fico feliz que nos cobrem', diz Francisco Neto

Há nove anos como selecionador nacional de futebol feminino e depois de alcançadas duas fases finais de provas internacionais, Francisco Neto integra a “armada” que conseguiu “desbravar” o mar agitado de uma fase final de um campeonato do mundo. Com um mortaguense ao leme, a seleção nacional de futebol feminino conseguiu o feito inédito que dezenas de atletas e dirigentes sonharam. Agora, ao Jornal do Centro, o selecionador diz que é tempo de trabalhar e desfrutar.
Francisco Neto abordou vários temas nesta entrevista que teve “As Navegadoras” – assim ficam conhecidas as 23 eleitas para representar Portugal pela primeira vez no campeonato do mundo – como pano de fundo.
Uma entrevista que pode ver aqui ou escutar através deste .

Portugal parte para uma prova histórica. Jogará pela primeira vez um mundial de futebol feminino. Com que objetivos avança?
É um momento histórico naquilo que é o futebol feminino português. Estamos a trabalhar imenso e a desfrutar e usufruir desta oportunidade. O objetivo é sermos competitivos em todos os jogos, para nos permitir chegar ao último jogo da fase de grupos a depender só de nós para poder passar à fase seguinte ou com a competência suficiente para já estarmos apurados nessa altura. O que queremos é uma boa organização, sermos competitivos e dependermos só de nós.

Aqui há alguns anos, a meta era tentar não perder com equipas na teoria superiores a Portugal. O que é que mudou para o futebol feminino estar tão valorizado?
Mudou muita coisa, felizmente. A primeira foi a mentalidade dos portugueses em relação ao que é o futebol praticado. Felizmente essa mudança deu abertura a mais jogadoras estarem presentes e a que mais clubes estivessem presentes, melhores condições, uma aposta brutal da Federação, das associações de futebol e dos clubes. E a jogadora portuguesa valorizou-se. As jogadoras do passado e as do presente criam referências para as do futuro. Tem sido essa a grande mudança. Melhoram condições, competições, mais jogos internacionais, de competições, clubes… Tudo mudou, tem sido tudo um mais. E em quatro apuramentos possíveis, estivemos em três fases finais.

E a última foi em março de 2023. 22 de março de 2023… Data inesquecível…
A data, aqueles momentos vão ficar para sempre. A forma como lá conseguimos chegar. Mais do que esse dia, o caminho que trilhámos. Fomos a equipa do mundo que mais jogos realizou para chegar a um campeonato do mundo. Foram 13. Atravessámos dois playoffs, momentos complicados de muita pressão, as jogadoras estiveram de superar-se. Não podíamos errar. Mas estivemos sempre a depender de nós. Nunca dependemos dos outros. Esse dia foi uma festa tremenda e um sentimento de dever cumprido.

Já consegue ter ‘flashs’ desse dia?
Sim sim, mas claro que o futebol tem destas coisas e nós passadas 48 horas já estávamos a pensar no que viria a seguir. Mas quando temos os nossos momentos de pausa, [revivemos] essas memórias, as histórias que ficam só para nós…

Em quem pensou pela primeira vez?
Numa senhora muito importante no meu crescimento que nesse mês tinha partido. Era uma grande fã nossa.

As Navegadoras vão navegar até ao mundial. Fase de grupos com Estados Unidos, Países Baixos e Vietname. Seleções muito diferentes na forma de jogar?
Sim, abordagens diferentes ao jogo. Estados Unidos e Países Baixos com uma ideia de jogo parecida: dominar, ter a bola, não permitir que os adversários façam quatro passes seguidos, muito agressiva no momento de pressão. O Vietname tem linhas um pouco mais baixas, referências individuais, pouco espaço, mas muito, muito forte no momento de ganho. Muitas pessoas não falam do Vietname, mas temos de estar muito focados. As outras, campeã do mundo e vice-campeã, estão apresentadas.

Os portugueses deveriam tolerar mais um eventual não apuramento para a fase de grupos, perante a história que a seleção nacional de futebol feminino está a escrever?
Nós não podemos, nem devemos, ser diferentes dos demais. Por isso é que as pessoas se identificam e vão cobrar de nós. Isso faz parte. Fico feliz que haja essa cobrança porque é sinal de que as pessoas se preocupam connosco. Enquanto assim for, na crítica saudável e da boa educação, faz parte do nosso trabalho. Agora, eu também me cobro. Se eu sentir que nós, enquanto equipa, formos competitivos, ficarei feliz, independentemente do resultado. Há três resultados. Agora nós não podemos ter qualquer tipo de resultado, sem sermos competitivos. Se o formos, o jogo entra no patamar dos pormenores e aí pode cair para qualquer um. Ficarei sempre muito triste se não formos competitivos e os adversários quando jogarem contra nós, sentirem que o jogo foi muito fácil.

Não é um pormenor a diferença salarial entre a melhor jogadora portuguesa e o melhor jogador português. Quando é que vai ser possível esbater isto?
Não vou abordar isso. O que quero dizer é que ao nível das condições para a prática desportiva, são as mesmas para que o produto cresça e tenha mais valor. E depois é como tudo na vida. Temos de fazer crescer o nosso produto. Com a melhoria da qualidade, vamos atrair mais pessoas, mais dinheiro. E as coisas estão a crescer.

A seleção nacional já foi a duas fases finais de europeus e a uma fase final de um mundial. O campeonato português poderia ser mais competitivo?
Não nos podemos esquecer de que ainda agora o Benfica conseguiu por dois anos consecutivos entrar de forma direta na fase de grupos da Champions. O Sporting e o Braga quando lá estiveram, foram competitivos. Basta ver o número de jogadoras que o campeonato português atrai e as que vão estar no campeonato do mundo. Já são indicadores muito bons. A Liga é muito recente e ainda amadora. Estamos a crescer para um patamar de profissionalismo. É continuar nesse registo e aumentar a competitividade interna sempre que possível. Quando o triângulo Federação – associações de futebol – clubes funciona bem – e é o que tem acontecido nos últimos anos – tudo aumenta. As Associações aumentam o número de praticantes, os clubes podem dar resposta a este aumento e nós, na Federação, a beber e a potenciar – com experiência internacional – estas jogadoras e a alimentar as associações, através de apoios financeiras, torneios…

Nota-se um comprometimento das jogadoras. Como está a Kika Nazareth, que se lesionou no jogo com a Inglaterra?
As jogadoras estão muito comprometidas, ligadas, com uma paixão muito grande por jogar pelo seu país, pelas suas cores. A informação que há é que a lesão não a impede de estar no Campeonato do Mundo. Vai continuar a fazer tratamentos e a reavaliar diariamente para que possamos tomar uma decisão final. A informação que tenho é de que está nos timings previstos para estar connosco no campeonato do mundo, mas são sempre percalços na preparação.

Chamou Maria Alagoa, jogadora viseense ao estágio da seleção nacional. Dá-lhe um gozo especial convocar jogadoras da região de Viseu e do interior?
Não olho por aí. A chamada da Maria é especial no contexto. Entra no processo das duas jogadoras extra que temos. Iniciámos com a Joana Martins e a Alícia Correia. É um espaço específico para jogadoras sub-23 e que possam vivenciar o campeonato do mundo e, quem sabe, até poder entrar nas 23, no caso de algo mais grave acontecer com alguma. O intuito é que as 23 fiquem e que as duas tenham uma experiência internacional. Num primeiro momento, optámos pela Alícia e Joana. Dentro do leque das sub-23 fomos ver quem estava a treinar, na posição de médio. Percebemos que tínhamos três ou quatro jogadoras que estavam a competir e a Maria, pela qualidade, entrava nesse critério. A decisão nada tem que ver com ser de Viseu. É uma jogadora que tem passado de seleção. E fez-nos sentido chamá-la.

Esta foi a convocatória mais difícil?
Sim, sem dúvida. Primeiro, pelo número de jogadoras que temos. Cada vez mais há jogadoras com competência para estarem neste grupo: com qualidade e mais preparadas para disputar jogos internacionais e isso faz com que as nossas decisões sejam mais difíceis, fruto do trabalho incrível que os clubes vêm fazendo. E depois, pelo lado emocional. É a primeira [de um mundial] e todas querem estar neste primeiro barco das navegadoras. Sabemos que 23 jogadoras estão muito emocionadas, com muita ambição, mas também sabemos que criamos muita tristeza a quem não está neste grupo. Quando sabes que vais criar dano nas pessoas, não ficas feliz, porque as pessoas ficam tristes com as tuas decisões. Mas faz parte do nosso trabalho. Isto acontece porque elas trabalham para poderem sonhar.

Em entrevista ao Jornal do Centro disse que o preconceito relativamente ao futebol feminino apenas existe em quem não as viu jogar. É mesmo assim…
Não tenho dúvidas disso. Só não se identifica com aquelas jogadoras ou não gosta de futebol feminino, quem não viu estas jogadoras jogar. Não é ver 20 minutos, ou um jogo. Claro que há sempre amores à primeira vista, mas as coisas precisam do seu tempo. Mas quem vê o jogo com a Inglaterra, a forma como se dedicam, a paixão com que defendem o país… A forma como a Ana Borges corta a bola em cima da linha e as colegas a vão abraçar, o banco a festejar como se fosse um golo… É impossível não gostar. Quem gosta de futebol tem de identificar-se com estes momentos. O futebol é aquilo, é despertar emoções nas pessoas.

Ganhando ou não ganhando…
Ganhando ou não ganhando. E é isso que tem acontecido. Aliás, temos ganho menos vezes do que gostaríamos mas também percebemos o porquê. Percebemos que isso faz parte do crescimento de uma equipa. Temos de desafiar as jogadoras para jogar contra as melhores. Jogares com os Estados Unidos e, passado dois dias, jogares outra vez com os Estados Unidos não é a mesma coisa do que ter mais tempo de trabalho [aconteceu em finais de agosto de 2019 e início de setembro do mesmo ano]. Mas nós expusemos as jogadoras a esse tipo de contexto. Estarão mais perto da derrota naquele momento, mas mais perto da vitória nos momentos certos. Nós no balneário dizemos muitas vezes que queremos ganhar todos os jogos, mas, para ir às fases finais, temos de ganhar os jogos certos. Felizmente ganhámos os jogos certos.

A paixão pelo futebol nasce em que altura da sua vida?
Há muito tempo. Eu fui criado em Mortágua, no bairro da Gandarada, atrás do campo. O meu pai era treinador. O meu grupo de amigos, todos nascidos naquele bairro em 1981, passávamos a vida no campo. Tínhamos acesso a bolas, éramos amigos do roupeiro, não nos faltava nada. Éramos crianças felizes, saltávamos o muro e estávamos a jogar sem ninguém nos chatear. Aí nasce a paixão pelo jogo. Aos sábados e aos domingos, ou ficava em casa com a mãe, que era professora primária a fazer os trabalhos de casa ou ir para o pai, para o futebol. A escolha estava feita e era fácil (risos). Vivenciei as viagens de autocarro, as palestras, tudo. E, se calhar, ficou aí o gosto pelo treino.

A passagem pelo cargo de coordenador para o futebol na Associação de Futebol de Viseu teve um papel relevante na sua carreira…
Foi fundamental. Em 2001 passo a treinar com mais frequência das diversas seleções: femininas e masculinas, futebol de 7, de 11. Muitos torneios Lopes da Silva. Em 2007, o dr. José Alberto, presidente na altura, com a saída do professor Amaro, convida-me a ficar como coordenador. E foi aí a minha primeira oportunidade para poder abraçar o profissionalismo. Depois tive a felicidade de me cruzar com o vice-presidente na altura, Nélson Morais, uma pessoa de trato e que conhece o futebol como ninguém. Foram pessoas importantes para que eu pudesse errar e fazer as minhas aneiras. Experiências brutais que me fizeram muito melhor treinador.

Até chegar à seleção de futebol feminino. Quem é que foi fundamental nessa altura?
Entretanto, em 2008 sou convidado pela Mónica Jorge, selecionadora nacional para ajudar no trabalho de treino de guarda-redes. Eu abraço o desafio, estou dois anos e meio a fazer esse trabalho. Entretanto aparece um treinador de guarda-redes a tempo inteiro e depois há esse convite feito pela professora Mónica Jorge numa reunião em finais de janeiro de 2014 para abraçar [a seleção]. Estamos há nove anos a trabalhar juntos.

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