Antes de renovar o telhado ou substituir as telhas, é essencial tomar…
A Faculdade de Medicina Dentária, da Universidade Católica em Viseu, celebra 5…
Miauuu! Chamaram por mim? Sou a Bella, a gatinha mais fofinha, saltitante…
por
André Marinho
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
Ando a trabalhar em duas ilustrações inspiradas em temas da Beira e tenho andado a rever memórias de infância, de quando passava férias na aldeia materna. Aprecio objetos rurais, que me trazem uma atmosfera de antigamente e complementam a minha formação original em design de equipamento e um gosto particular pelo movimento de arts and crafts contemporâneo. Com um espírito etnográfico fui à procura de imagens que completassem as sombras vagas da minha memória, e depois de algumas pesquisas no Google e leituras de fragmentos de livros cheguei ao Museu Municipal de Carregal do Sal. Sabe-se da literatura sobre museologia que as visitas ao museu constituem um encontro entre as pre-disposições e expectativas de quem visita e aquilo que o museu tem para lhe oferecer, encontro que nem sempre acontece por variadíssimos motivos que agora não vêm ao caso, como se costuma dizer, mas que habitualmente envolvem estratégias de divulgação e formas de comunicação, tendo sempre em consideração as características específicas dos diversos públicos.
O Município de Carregal do Sal tem uma documentação muito bem organizada e completa do seu espólio histórico e cultural, na internet, com um conjunto de edições disponíveis para download sobre praticamente tudo o que lá existe. Por isso, quando entrei pela porta do museu, ía à procura de objetos muito concretos (cangas dos carros de bois, por exemplo). Ou de qualquer coisa que me devolvesse as atmosferas da minha infância (o cheiro a resina nos pinhais, a serração de madeiras onde trabalhava um tio, os móveis de pinho que existiam na casa da aldeia, com um cheiro característico a madeira, e de que ainda recentemente comprei versões atuais, em Viseu).
Tenho um gosto específico por carpintaria e marcenaria, e a documentação do museu fazia uma referência a esta atividade no concelho, e eu imaginei que ía encontrar todo um mundo que já quase acabou. Escusado será dizer que me equivoquei, pois parti de expetativas irrealistas. O espólio etnográfico do museu é notável e encontra-se exposto o melhor possível, para o espaço disponível. E o museu até tinha mais para oferecer. Um núcleo sobre os vestígios arqueológicos do concelho. Uma sala de pintura de inegável qualidade, de alguns dos mais conceituados pintores portugueses, do neo-realismo e abstraccioneismo. Também escultura abstrata. Um espaço dedicado à conhecida cantora Dina. Uma sala de exposições temporárias com uma exposição de pintura de uma artista viseense.
Mas, evidentemente, aquela história da Beira através dos seus objetos, que me devolvesse um pouco da minha infância, precisa de um outro tipo de espaço para poder ser contada. Por exemplo, sobre a importância da marcenaria na região, talvez encontrar uma antiga fábrica para ser reconvertida, se é que existe. Uma coisa parece-me evidente: persiste na zona uma atividade herdeira do trabalho da madeira, que além de mais se conjuga com a floresta, cuja história devia ser conhecida e divulgada. Talvez contribuísse, em conjunto com o ensino de design, para criar novos artesãos e profissionais especialistas em recuperação.
Quando cheguei a casa escrevi no meu diário de projeto: “a minha visão da Beira não pode ser de tipo etnográfico-científico, mas sim uma relação com as minhas memórias afetivas de criança, ligadas à mãe». E comecei a desenhar sem preocupações. É caso para citar o autor brasileiro Fernando Sabino (também cronista): «No fim tudo deu certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”.
por
André Marinho
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
João Azevedo
por
José Junqueiro