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A Saúde da Política

 A Saúde da Política
22.07.22
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 A Saúde da Política

Peter Drucker foi considerado o pai da gestão moderna, um homem brilhante, morre em 2005. Trabalhou muito no mundo da Saúde e um dia colocou uma dúvida: Qual é a missão de um hospital, tratar a saúde ou a doença? A maioria foi no sentido da saúde, mas ele teimava que era a doença. Eu sei que isto não é pacífico, já experimentei fazer esta pergunta e a resposta é semelhante. O que Drucker tentava explicar é que o médico de família trata da saúde e só vamos para o hospital quando estamos doentes. Talvez perguntas simples como esta devam ser feitas nestes tempos de confusão? Nos últimos três meses, por várias razões e até por amizade, tenho convivido com médicos de diferente perfil. Apanhei-os num momento em que sentem necessidade de falar e de alguém que os ouça e eu aproveitei a oportunidade. Para além de tudo aquilo que se ouve, eles dizem que o problema se concentra em quatro pontos.

Primeiro: Este é um problema antigo, a crise com os médicos começou com Leonor Beleza, a partir daí as coisas só se agravaram; Segundo: Há uma questão geracional nos médicos, o tempo do João Semana I, II, III está a acabar. O mercado está a seu favor com a saúde privada e a emigração para uma Europa que os trata bem. A profissão foi proletarizada, a questão salarial e vida pessoal estão mais presentes. A política tem que sair da fortaleza das palavras, precisa-se de legislação, mas sobretudo de ação! Terceiro: A discussão Público/Privado, a cooperação ou as relações viciadas? Darwin na Origem das Espécies diz que só há evolução na colaboração/cooperação e não na competição/guerrilha. Quarto: As soluções imediatas resolverão pouco, o fundo da questão passa por uma Reforma do Sistema de Saúde e serão precisos pelo menos oito anos. Isso pede um Pacto para a Saúde entre PS/PSD. A retórica de governos e oposições, a busca de popularidade e votos em vez da verdade, o poder a qualquer preço, a habilidade de virar as coisas a seu favor não tem resolvido nada. É tempo de pensar no país em primeiro lugar, porque a falta de diálogo político está a fazer muito mal aos portugueses.

Um livro recente, “A Conquista da Paz” fala dos 300 anos das guerras europeias. A autora Stella Ghervas conclui que a guerra veio dos fracos e a construção da paz dos fortes. O Sistema Político deve refletir sobre isso e escolher entre ser um espaço de guerrilheiros fracos ou de fortes construtores? Os seus paradigmas estão a virar paradoxos…

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