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As tecnologias digitais, tais como smartphones, aplicações de telemóveis e plataformas digitais, mudaram a forma como interagimos uns com os outros e com o mundo ao nosso redor.
As evidências científicas referem que o uso frequente da tecnologia digital tem um impacto significativo na função e no comportamento do cérebro dos seus utilizadores, tanto negativo como positivo.
Alguns efeitos negativos do tempo de exposição a ecrãs e do uso de tecnologia manifestam-se por deficit de atenção, alterações na inteligência emocional e social, dependência de tecnologia, isolamento social, desenvolvimento cerebral diminuído e alterações dos padrões do sono. No caso dos jovens, afeta gravemente o rendimento escolar e a relação familiar, no caso dos adultos, prejudica, com certeza, o desempenho profissional.
No entanto, várias aplicações, videojogos e outras ferramentas online podem ajudar a melhorar a sua saúde mental. O uso destas, resulta no aumento significativo da atividade neuronal do cérebro, manifestando-se por estimulação da memória, aumento de habilidades multitarefa, bem como outras habilidades cognitivas. Importa ressalvar que algumas aplicações e ferramentas digitais são criadas especificamente com o objetivo de promover intervenções na área da saúde mental, como estabilização do humor e do comportamento.
Simultaneamente, a tecnologia também oferece oportunidades de aumentar a disponibilidade e o acesso dos Cuidados de Saúde Mental. Isso torna-se relevante, especialmente para os utentes portadores de algum tipo de perturbação mental com dificuldades de acesso aos Cuidados de Saúde Mental nas Unidades de Saúde, mas que têm a possibilidade de aceder a estes mesmos cuidados por videoconferência, porque dispõem de smartphones com acesso à internet.
Outro impacto positivo do uso da tecnologia é que, através do acesso a inúmeros dados online, nas redes sociais, utilizando mecanismos de busca específicos e técnicas de análise desses dados, consegue-se perceber que há vários padrões e tendências do comportamento humano identificados, que anteriormente, não eram tão percetíveis.
O uso desta tecnologia informática, conhecida como epidemiologia digital, tem sido fundamental para a pesquisa de dados úteis, para monitorizar o risco de algumas doenças, bem como para elaborar intervenções direcionadas para o tratamento dessas mesmas doenças. É fundamental, ainda, para detetar e identificar problemas de Saúde Mental e/ ou de Saúde Pública.
Tal como as abordagens digitais para a saúde mental têm vindo a aumentar, também há espaço para a inteligência artificial ser usada para prever, detetar ou tratar problemas de saúde mental. Isso pode ser associado às modalidades digitais através de aplicações de telemóvel que podem personalizar os cuidados com a saúde mental e a literacia nesta área, bem como o acesso ao uso destes dados pode levar à formulação de assistentes de conversa online que também para serem usadas ??para intervenções terapêuticas.
A Inteligência Artificial abarca vários elementos diferentes, tal como várias técnicas e formas de processamento de modelos cognitivos humanos, deteção de traços de personalidade.
As principais pesquisas nesse processo de fenotipagem digital são sobre a depressão e ansiedade, bem como a sua correlação com movimento ou atividade física.
No entanto, a relação e os laços que existem entre um profissional de saúde mental e um utente têm um grande impacto no resultado da terapia ou tratamento, elemento este não presente na Inteligência Artificial.
Face ao descrito, deparamo-nos com alguns pressupostos, como garantir que os utentes e as suas necessidades continuem a ser o motivo principal do desenvolvimento e implementação da tecnologia e garantir que a oportunidade fornecida pela partilha de dados entre utentes, cuidadores e médicos não ameace a privacidade e haja acesso igual para todos.
O uso das tecnologias de comunicação e informação eletrónicas para fornecer ou apoiar o atendimento clínico à distância é denominado Telemedicina. A telemedicina pode fornecer acesso a cuidados médicos para saúde mental em diferentes áreas por meio de videoconferência. Segundo alguns autores, a telepsiquiatria pode apoiar as Equipas de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários que podem então localizar, contactar e interagir com médicos psiquiatras, em vez de enviar os seus utentes para um serviço de saúde mental. Isso também pode ajudar estes mesmos profissionais a participar na avaliação do utente e ganhar experiência prática com outras modalidades de tratamento.
A pandemia COVID-19 destacou ainda mais a necessidade de novas e inovadoras técnicas para aumentar o acesso aos cuidados de saúde.
As principais barreiras enfrentadas pela telessaúde incluem a criação de alfabetização digital em saúde, a disponibilidade do utente e do médico em usar estas ferramentas digitais; e a existência de limitações para certas condições médicas e terapias médicas, tanto em situações do mundo real quanto em ambientes clínicos. Além disso, há evidências insuficientes sobre a privacidade, segurança, precisão e benefícios clínicos ou relação custo-benefício.
Seja de que maneira for, online ou offline, por telefone ou presencialmente, Cuide da Sua Saúde Mental… Cuide de Si!
Elisabete Gomes
Aluna do 4º Curso de Pós-Licenciatura de
Especialização em Enfermagem de saúde mental e Psiquiatria – UCC Viseense
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