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Fui rever a primeira crónica que escrevi no início do confinamento em 2020 – perto da vista, perto do coração – sobre a passagem dos eventos culturais para o online, o que tem constituído um longuíssimo túnel.
Chegados a mais um desconfinamento, que luz é esta que encontramos no fim? Da parte pandémica, esperávamos recuperar uma confiança quase perdida, na normalidade, uma espécie de fé em vacinas e afins, mas o que temos é uma situação de redobrada cautela e de certeza de que o vírus veio para ficar, assim como o nosso comportamento defensivo, embora atenuado pela vacinação. Quanto às atividades culturais e ao contacto humano, percebe-se que vamos continuar com limitações de espaço e respiração, mas ainda assim valha-nos o desconfinamento! No entanto vale a pena de algum modo fazer um balanço deste percurso de um ano em que houve um esforço de muitas entidades para disponibilizar a atividade cultural possível, através de meios digitais.
Assisti no domingo de manhã a uma “Visita com histórias: Os músicos de Bremen no Centro de Arte Moderna”, no facebook da Gulbenkian, que mostra bem o que se evoluiu durante este ano. É certo que a fundação tem muitos meios, mas mesmo assim existe aqui uma aposta clara em encontrar novos caminhos para a divulgação da coleção de arte, num formato que associa a imagem das obras a uma teatralização muito bem conseguida, cum uma produção vídeo cuidada e adaptada à narrativa. E isto numa das instituições culturais mais antigas do país. Ou talvez por isso mesmo…
Um outro exemplo, de uma das galerias de arte mais antigas de Lisboa – a São Mamede – desde sempre ligada à divulgação do modernismo, uma daquelas galerias em que se encontram obras dos grandes mestres e que visitava quando vivia na capital. Não se trata, portanto, de uma galeria nativa digital, mas de um espaço relativamente tradicional que empreendeu um esforço de atualização, bem conseguido, incluindo uma visita virtual 360 graus que permite desde logo antecipar um pouco o que vamos encontrar. Veja-se a exposição “Cenários do quotidiano”, de Benedita Kendall. Além das suas obras, com imagens com uma resolução que nos permite ver os seus detalhes, também um vídeo com a artista que nos transporta logo para o seu atelier e universo criativo. Diz-nos a certo momento que “a arte permite-nos repensar o mundo, questionar a realidade e desconstruí-la em ficções imaginadas”. Este site atinge os seus objetivos, porque a visita fez-me pensar em pintura, como se se tratasse de uma visita física.
Algo me fez recordar a saudosa Menez de que ainda vi exposições quando vivia no Porto. Fui até à minha biblioteca rever um livro sobre a artista, que aprecio bastante – uma edição de grande formato, da galeria 111 e da Quetzal Editores, apoiada pelo BPI. As magníficas reproduções das pinturas de Menez são acompanhadas com textos que valem por si só, como uma espécie de universo paralelo à obra da artista. Um deles, de José Luís Porfírio, explora o seu mundo visual e a forma como se podem definir objetos, não muito numerosos, que o compõem – a mesa, o livro, o corpo, o cavalete, a janela, o quadro – para concluir que a sua pintura é um jogo de espaços, um jogo de ilusões.
O mesmo se passa com A LUZ AO FUNDO DO TÚNEL. Um novo universo de espaços, objetos e situações em que nos passámos a mover. E de que só podemos escapar se formos como a “menina coração de pássaro”.
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Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
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