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A Associação de Futebol Distrital de Viseu vai ficar isenta de impostos municipais. Foi a garantia deixada por Fernando Ruas, presidente da Câmara de Viseu durante a cerimónia de inauguração. O autarca assegura que é a melhor decisão a tomar. “A Câmara não fará tributação. Estou preocupado com a demografia do país. Tenho uma preocupação enorme com este flagelo que nos atormenta a todos: a desertificação deste interior. Se não tiver equipamentos desta natureza e pontos de interesse para captar jovens, seguramente vamos ter um país assimétrico e mais injusto. Poderá até ser mais desenvolvido, mas será seguramente mais injusto”, defendeu o presidente da Câmara de Viseu.
Na inauguração deste novo espaço, que está situado na localidade de Mundão, o antigo presidente da Associação de Futebol de Viseu e atual diretor da Federação Portuguesa de Futebol, José Alberto Ferreira, foi muito crítico por ter sido cobrada à Academia a taxa máxima de IVA. “Idealizámos gastar 800 mil euros e, neste momento, gastámos um milhão e 900 mil. Recebemos do Governo 35 mil euros através de um projeto PRIDE, mas pagámos-lhe 375 mil euros em IVA, 23%. Isto dói-me. Sendo uma obra de caráter social que, do ponto de vista desportivo, contribui para a saúde e educação dos jovens, pagámos IVA à taxa de 23%. Nem como IPSS ou autarquia fomos considerados para pagarmos taxa mínima. O impacto financeiro que isso nos causou obrigou-nos a estender a mão à caridade”, descreveu José Alberto Ferreira. O responsável aproveitou a oportunidade para agradecer o apoio das autarquias e não só. “A Federação foi extraordinária. Já foi aprovado um fundo que nos garante um financiamento de 600 mil euros. As Câmaras municipais foram fundamentais porque nos apoiaram. Foi decisivo sabermos a fonte de receitas para fazermos toda esta despesa”, assinalou.
O secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, lamentou que os últimos fundos comunitários tivessem deixado de fora das prioridades a prática de desporto. “O Portugal 2020 considerou as infraestruturas desportivas como uma prioridade negativa. Não houve, nos últimos anos, dinheiro europeu para infraestruturas de desporto. Enquanto secretário de Estado fiz duas coisas, passe a modéstia, que me parecem relevantes. A primeira foi garantir que o Portugal 2030 volte a ter apoios para as infraestruturas desportivas. Mas, desde 2016 que exerço estas funções era preciso fazer qualquer coisa no entretanto. Então, o Instituto Português de Desporto e da Juventude criou o PRIDE, o Programa para a Reabilitação das Infraestruturas Desportivas. Aqui, na Academia, pode não ter sido muito relevante: foram 35 mil euros na obra que aqui vemos”, detalhou o governante. João Paulo Rebelo disse ainda que este apoio ajudou noutras obras e iniciativas no âmbito do desporto no concelho viseense.
Na inauguração oficial da Academia, o presidente da Associação de Futebol de Viseu, José Carlos Lopes, lembrou que “a Associação passou de 34 para 44 clubes certificados num total de cerca de 60 clubes com formação” em tempo de pandemia. Disse José Carlos Lopes que a Associação “reconhece todo o trabalho incansável dos clubes”. O presidente da Associação avançou que o “objetivo é que cada clube seja um entidade formadora”.
Nesta cerimónia, Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol saudou o facto de Viseu praticamente ter sido pioneiro ao construir uma academia. “A perspetiva que temos é a de que existe uma enorme insuficiência de equipamentos desportivos em Portugal. A Federação incentivou as associações distritais a concretizar uma instalação idêntica a esta. É o segundo exemplo. Aveiro já está em funcionamento, Viseu dá hoje o passo decisivo na sua concretização. Várias associações estão em vias de avançar com o projeto e responderem ao apelo da Federação porque temos como ambição atingir os 300 mil atletas em 2024. Temos necessidade de alargar estas instalações desportivas”, concluiu o dirigente.