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Não sou fã de literatura de ficção científica, mas não posso deixar de recordar o livro que me foi oferecido “Eu, Robot”, publicado pela Europa América. O autor, Isaac Asimov, descreve um mundo em que os privilegiados, os super-ricos, vivem em permanente confinamento enquanto os pobres subsistem em condições que favorecem a propagação de doenças… Um livro premonitório de um futuro no qual a própria Humanidade poderá vir a ser considerada obsoleta…
De regresso à realidade e à atualidade dos factos, o Diário de Notícias / Dinheiro Vivo publicou dados, do Instituto Nacional de Estatística, segundo os quais os trabalhadores que, no fim de 2020, se mantinham em teletrabalho ganhavam em média mais 50% do que a restante população empregada, com o rendimento médio mensal líquido de quem faz da casa escritório a ficar em 1375 euros, contra uma média de 912 euros para os restantes trabalhadores.
Na Universidade de Stanford, o professor de economia Marcel Fafchamps apontou um prognóstico sobre o impacto da pandemia no futuro do trabalho e estabeleceu uma tipologia dos trabalhadores em três “castas”:
– CONFINADOS – aqueles privilegiados qualificados que se instalaram em casa e beneficiam das vantagens da economia digitalizada.
– ESSENCIAIS – com ocupações que exigem presencialidade antes, durante e depois da quarentena.
– DESEMPREGADOS – os que ficaram ou ficarão excluídos devido à implantação das novas tecnologias.
O também professor universitário e economista, Robert B. Reich, identifica uma quarta categoria (“casta”), os INVISÍVEIS, na qual inclui as pessoas que se aglomeram em locais onde a maioria dos seus compatriotas não os vê: prisões, acampamentos, albergues para pessoas sem abrigo, lares de idosos…
A recuperação da pandemia poderá não ser suficiente para evitar uma crise social paralela à melhoria da economia. O impacto que um ano de medidas restritivas teve sobre milhares de pessoas que perderam o seu emprego ou os converteu em população vulnerável é angustiante. A pobreza e a desigualdade agigantaram-se nos últimos meses, atingindo duramente uma classe média que ainda não tinha cicatrizado todas as feridas profundas criadas pela crise financeira de 2008.
Não dou para o peditório do debate em torno da entrevista, ao jornal I, da economista Susana Peralta, que advogou a ideia peregrina: “A crise devia ser paga por toda a burguesia do teletrabalho”.
Tendo, por força das funções que desempenho, a possibilidade de estar em teletrabalho não me considero um burguês, nem um privilegiado, tal como tantos outros portugueses em teletrabalho não o serão. Isso não significa que não reconheça a importância de ter um emprego e não ter, até à data, perdido qualquer rendimento. Mais ainda, entendo que é justo que as pessoas que foram mais afetadas tenham o apoio de quem menos sofreu porque, não há quaisquer dúvidas, o vírus golpeou de maneira muito desigual a população em função de parâmetros como a idade, o género e a classe social. O vírus colocou a descoberto a iniquidade da nossa sociedade.
Duas lições a retirar desta pandemia: 1) somos muito frágeis; 2) precisamos muito uns dos outros, de uma infraestrutura social e um sentido de solidariedade.
“Se não podemos unir-nos para defendermos os interesses comuns da humanidade, como poderemos sobreviver aos desafios do Século XXI?” (Yuval Noha Harari).
Acordemos para a vida, como nos explica Pedro Santos Guerreiro:
“Acordar para a vida é perceber que não estamos em risco de uma tragédia económica, a tragédia já chegou a milhares de invisíveis, insonorizados pela falta de representação no espaço público. É perceber que lay-offs e moratórias atenuam o impacto mas também nos anestesiam para ele — e ele chegará.”
“Acordar para a vida é perceber que o desemprego subiu pouco mas o subemprego subiu muito, que estamos mais perto dos níveis da troika quando somamos desempregados, inativos e trabalhadores a tempo parcial involuntário. Que os empregos ceifados são os de salários mais baixos e de pessoas menos qualificadas, que os mais afetados foram a restauração, alojamento, comércio de retalho, cultura.”
“Acordar para a vida é saber que a pobreza e a desigualdade estão a aumentar, o desemprego e as falências a crescer (…)”
Sejamos parte ativa no apoio à execução do plano de ação de Bruxelas para emprego e direitos sociais, que visa tirar 15 milhões de pessoas da pobreza até 2030, que tem ainda como meta conseguir, até 2030, que 78% dos cidadãos, entre os 20 e os 64 anos. tenham trabalho.
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