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Com a devida distancia, que só o tempo permite, vale a pena reflectir sobre os resultados das últimas eleições autárquicas em Viseu.
Assumi a candidatura à Câmara Municipal, pelo CDS, com a determinação de vencer. Quem aceita representar um partido como o CDS/PP, fundador da democracia, força maioritária em Viseu nos anos 80/90, fiel depositário dos valores estruturais da nossa identidade, não pode ambicionar menos que vencer.
O resultado ficou muito aquém do ambicionado, por isso assumo todas as responsabilidades. Não há desculpas para resultados maus, há razões, há explicações, mas, mais importante que todos os diagnósticos do dia seguinte, é assumir responsabilidades e essas são minhas.
O partido pode não estar a atravessar os seus melhores dias, mas o seu peso político é muito superior ao resultado alcançado.
A campanha teve uma marca pessoal, quis e segui um caminho de forte ambição, de tentar despertar em cada Viseense o desassossego de imaginar uma cidade e um concelho à medida dos sonhos mais arrojados.
Avisaram-me dos riscos desta opção, de ser considerado irrealista, megalómano ou excêntrico. Os mesmos rótulos que foram colocados a grandes referências que tenho da gestão municipal, desde Marquês de Pombal a Eng. Krus Abecasis (meu Padrinho), passando pelo incontornável Eng. Engrácia Carrilho. Não tive o mesmo engenho e arte para vencer as eleições, mas se voltasse atrás não faria diferente.
Não saberia ser candidato sem a determinação de levar Viseu para o lugar onde estão os melhores. Claro que Viseu pode e deve ser a capital do turismo de inverno, com o Douro e a serra da Estrela a poucos minutos de distância, claro que este mercado justifica um aeroporto regional, com mais de 350.000 habitantes, no distrito, ultrapassamos a maioria das localidades que na vizinha Espanha têm aeroporto (Badajoz, Almeria…)
Não poderia ser candidato e conformar-me com a discriminação negativa que tem sido feita a Viseu, foram criadas Universidades em Aveiro, em Braga, na Covilhã, em Vila Real, mas a Viseu tem sido negada. Por isso, também por isso, não poderia fazer uma campanha sem denunciar esta inexplicável discriminação.
Não poderia ambicionar mais desenvolvimento sem reclamar a Ferrovia. Hoje, se procurarmos o mapa dos polos de desenvolvimento económico, seja em Portugal, seja na Europa verificamos facilmente que todos se encontram servidos por ferrovia.
A política só vale a pena quando somos invadidos por uma forte crença, uma força mobilizadora que nos convoca para causas, valores ou projectos. Viseu é uma cidade e um concelho fantástico, mas muito longe do que idealizei.
Foi no caminho que falta fazer que encontrei a motivação da candidatura, foi no caminho que percorri durante a campanha que encontrei a recompensa.
A recompensa que não quis chegar pelos votos veio pelas pessoas que fui conhecendo.
Desde o anónimo comerciante da feira semanal, às várias entidades que nos receberam, encontrei pessoas de elevada formação, com sabedoria e experiência que só é possível alcançar com muitos anos de trabalho, pessoas que sempre colocaram o melhor de si em tudo por onde passaram, pessoas que são em cada dia verdadeiros embaixadores do mais nobre espirito beirão e sobre as quais devemos recolher ensinamentos para construir o futuro.
Foi inspirado por elas que construi um discurso de ambição, continuo a achar que Viseu pode ser muito mais, mas os resultados mostraram que não consegui contagiar a ambição que me motivou, sobre os mesmos assumo toda a responsabilidade.
O Partido está com força, mobilizou mais de 200 candidatos, tem pessoas que não regateiam esforço e são movidos por convicções inabaláveis. Tem quadros de grande valor e um exemplo impar, o Vice – Presidente do Partido, Dr Paulo Duarte, que nunca se esqueceu que um dirigente também é militante, que liderou pelo exemplo, que motivou 24h por dia e 7 dias por semana, que fez de tudo, desde a construção de listas à colocação de campanha, passando pela preparação do comício no Rossio que mobilizou 200 pessoas.
Em cada momento menos bom sabemos recolher os ensinamentos, com humildade democrática, mas absolutamente determinados em corrigir os erros e regressarmos mais fortes, foi assim no passado e será assim no futuro.
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Amnistia Internacional