A apenas 12 km de Castro Daire, na charmosa aldeia do Mezio,…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Reunimos os momentos que marcaram 2024: histórias que inspiraram, conquistas que nos…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Carlos Vieira
por
José Carreira
João Nunes e Marlene Gomes foram os dois elementos dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão que esta semana ajudaram a pequena Alice a nascer. Em pleno IP3, a ambulância da corporação foi transformada numa verdadeira sala de partos.
“Fomos chamados às 2h30 para uma vítima com rompimento do saco amniótico, ou seja, um parto iminente”, começa por contar João Nunes, bombeiro na corporação há 28 anos.
Quando chegaram ao local, perceberam que o nascimento de Alice poderia estar para breve e fizeram-se ao caminho. “ Como era uma terceira gestação, duvidámos um bocadinho do tempo das contrações, que aconteciam de dois em dois minutos. Vimos que a situação estava iminente e pusemo-nos a andar. Acabámos por ir para Coimbra, porque a senhora era acompanhada lá”, recorda.
À equipa dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão juntaram-se os elementos da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), do INEM, um trabalho de equipa que “fez toda a diferença”, destaca João Nunes.
“Entretanto, a viatura médica do INEM veio ao nosso encontro e entraram na nossa ambulância. O médico e o enfermeiro perceberam que ainda tínhamos algum tempo e continuámos o caminho”, lembra.
Mas, a viagem acabaria por durar pouco tempo. “Quando chegámos a Souselas tivemos que encostar a ambulância e só tivemos tempo de calçar as luvas”, conta entre sorrisos. E foi mesmo ali, em pleno IP3, que Alice nasceu.
Para o operacional, este foi um momento de alegria e contrariou o lado menos bom na vida de um bombeiro. “Infelizmente, o normal é que as pessoas nos morram, mas esta é uma situação diferente, nasce uma criança, a coisa corre bem, há um choro, há sorrisos de toda a gente”, disse.
Aliás, sorrisos e abraços, porque nesta sala de partos até o pai aguardava no exterior. “O pai estava cá fora e eu saí da ambulância e disse-lhe “pronto, tem calma, já nasceu”. E ele respondeu com um grande abraço. Acabei por ser a primeira pessoa que ele abraçou”, conta o operacional.
João Nunes aproveitou ainda para confidenciar que, além do momento feliz de um nascimento, teve oportunidade de estar a trabalhar com um enfermeiro que, há praticamente 20 anos, lhe deu a formação que permitiu que hoje pudesse desempenhar funções na corporação.
“O enfermeiro que veio, Rui Marcelino, foi quem me deu o curso de tripulante de ambulância de socorro, em 2006. Foi interessante perceber que tudo o que aprendemos tem sido fundamental ao desempenho das nossas funções e que os nossos formadores continuam com o mesmo empenho de há décadas. Ter à minha frente um professor, um exemplo, torna tudo mais fácil. Acabou por ser uma situação engraçada porque foi ele que me deu a formação e, 20 anos depois, tive uma prática em contexto real”, lembra entre sorrisos.
Esta não foi a primeira vez que João Nunes esteve numa situação destas, mas da última vez “foi mais fácil, porque o bebé já estava praticamente cá fora”. Já Marlene Gomes, bombeira na corporação há nove anos, foi a primeira vez que participou num parto.
Hélder Costa, comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão, conta que a corporação acorre, pelo menos, a um parto por ano, o que levou a que adquirissem um kit para os operacionais receberem formação.
“Temos quase todos os anos uma situação destas. Como apostamos muito na formação, adquirimos um kit de partos, através do programa Bairro Feliz, composto por um bebé, um busto com a zona da pélvis, o cordão umbilical e tudo o que permita que possam treinar, de forma a simular uma situação o mais próximo da realidade possível”, explicou.