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Morreu há 62 anos o escritor Aquilino Ribeiro. Foi a 27 de maio de 1963 que o célebre autor natural do distrito de Viseu faleceu em Lisboa, aos 77 anos de idade.
Natural de Sernancelhe – onde nasceu a 13 de setembro de 1885 – e batizado em Vila Nova de Paiva, foi criado em Soutosa, no concelho de Moimenta da Beira. O autor assinou livros como “Terras do Demo”, “O Romance da Raposa”, “Quando os Lobos Uivam”, “A Via Sinuosa”, “Volfrâmio” e “O Malhadinhas”.
O seu espólio literário vai do romance ao conto, à novela e aos estudos etnográficos e históricos, passando ainda pela biografia, pela literatura infantil e pelo jornalismo polemizado.
Figura opositora da monarquia e do Estado Novo, o autor chegou a estudar para ser padre, mas acabou por ser expulso por falta de vocação. Protagonizou uma vasta carreira literária e viveu vários anos em Lisboa, onde foi professor no Liceu Camões e dirigente da Biblioteca Nacional. Mas, até à sua morte, sempre vinha a Soutosa, aldeia que acolhe hoje a Fundação Aquilino Ribeiro.
Em Moimenta da Beira, está patente no centro da vila um monumento inaugurado em 2022 e composto por quatro peças de Aquilino Ribeiro rodeado por três lobos. A homenagem representa o período em que o escritor traduziu a resistência dos Povos dos Baldios no “Quando os Lobos Uivam”.
O escritor é considerado um dos grandes autores da língua e literatura portuguesa, com honras de Panteão Nacional. Chegou a ser proposto para o Prémio Nobel da Literatura e a estar preso no atual Solar do Vinho do Dão em Viseu onde, na Rua Formosa, existe um monumento dedicado em homenagem ao escritor, que está patente à porta do Mercado 2 de Maio. Também o Parque da Cidade tem o autor como patrono.
O Instituto Camões realça que Aquilino Ribeiro é “uma das maiores figuras da literatura portuguesa, que, acima de tudo, defendeu a liberdade de expressão e cujo legado pode ser desenvolvido em todas as áreas de investigação”.
“Considerado um dos mais brilhantes estilistas portugueses do seu tempo, Aquilino Ribeiro constitui-se como figura tutelar no ensino da língua portuguesa e na investigação linguística, nomeadamente, na lexicologia e dialetologia. O estro aquiliniano serve também de guia simbólico para o ensino e investigação em literatura e cultura dos países de língua portuguesa”, acrescenta.
Foi sócio de número da Academia das Ciências e, após o 25 de Abril, reintegrado a título póstumo na Biblioteca Nacional, condecorado com a Ordem da Liberdade e homenageado, aquando do seu centenário, pelo Ministério da Cultura. Em setembro de 2007, por votação unânime da Assembleia da República, o seu corpo foi depositado no Panteão Nacional.