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As diferentes Políticas

 As diferentes Políticas - Jornal do Centro
31.10.24
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 As diferentes Políticas - Jornal do Centro

por
Jorge Marques

Nada na vida dura para sempre e as diferentes categorias ou ideias políticas também não! São apenas momentos da história, inspiração de alguns Homens e formas de se diferenciarem uns dos outros. Diferenciar o que sempre foi diferente, porque como dizem as gentes da genética não há duas pessoas iguais, nem sequer os gémeos verdadeiros.

Essas categorias na política, como tudo o que vive gastam-se, nascem, crescem e morrem. Mas tem uma missão importante e necessária, elas tornam as ideias mais compreensíveis e facilitam as escolhas. O que acontece é que por vezes vão para além da sua vida útil e então perdem-se e perdem realidade e credibilidade. 

Um exemplo são as estátuas chamadas de “Direita” e “Esquerda”. São dois conceitos que já vem da Revolução Francesa em 1789 e tem mais de dois séculos. O que é que os distingue? Diziam que na Esquerda estavam os progressistas, sociais-liberais, ambientalistas, sociais-democratas, democrato- socialistas, libertários socialistas, comunistas e anarquistas. Que na Direita estavam os neoliberais, liberalismo económico, conservadores, reacionários! Como se percebe, isto já não tem nada a ver com nada e muito menos quando se olha para a nossa Assembleia da República e para o nosso discurso político. Mas no nosso passado histórico já tivemos monárquicos/republicanos, carlistas/liberais e fascistas/ democratas. 

Na verdade, quando se fala de Direita e Esquerda isso faz algum sentido em termos da nossa configuração biológica, sobretudo na organização e funcionamento do nosso cérebro. Efetivamente temos no cérebro um hemisfério esquerdo que é o da racionalidade e um direito que é o da criatividade. A luta entre a Direita/Esquerda acontece dentro de nós, mas apesar disso eles vão-se entendendo nos milhares de decisões que tem que tomar todos os dias. A biopolítica poderia ser um exemplo e uma hipótese a ponderar, porque todos nós somos feitos das duas coisas (direita e esquerda).

Tudo isto está em profundo contraste com o que tem sido a nossa prática política, onde a Direita aparece como conservadora e a Esquerda como progressista. Há quem esteja perplexo com a mudança de direção destas duas categorias e quando vê a Direita como advogada da inovação e a Esquerda preocupada com a manutenção das conquistas? O que é que se está a passar? Será que os papéis se inverteram e a Direita tornou-se utópica e a Esquerda realista? Não sei, mas na configuração da biologia humana assim acontece. O hemisfério direito é o criativo e o esquerdo o realista, o racional! Então isto quer dizer o quê?

Que precisamos reformular os conceitos políticos de Esquerda/Direita ou trocar os hemisférios do cérebro para que haja coerência? Parece que a única possibilidade é reformular as bases do entendimento da Direita/Esquerda na política e comparar o seu propósito com a Esquerda/Direita do cérebro. Quer dizer, tal como a esquerda e direita cerebral existem para garantir um bom funcionamento do nosso corpo, então a Direita/Esquerda da política devem trabalhar para que aconteça o melhor no funcionamento do país. A não ser assim, quer o corpo, quer o país tendem a entrar em falência! 

Aquilo a que estamos a assistir na política é que um dos lados celebra vitórias e o outro faz o esforço para as anular! A sociologia tem uma expressão curiosa chamada “Modernidade Reflexiva”! Ali se diz que é possível dar fortes impulsos no desenvolvimento (tecnológico, económico, social), mas tem que se ponderar sempre os efeitos negativos. Porque é sempre possível integrar e corrigir. É este o caminho para a relação Direita/Esquerda e para que a discussão seja produtiva! Pode sempre integrar-se a simplificação ou a complexidade, mas ambos teriam que abandonar a conceção linear da História, o mito do Progresso e da leitura do Tempo! Tudo mudou, até a própria mudança! Já não é quem chega antes ou vai mais depressa que ganha, mas quem faz melhor, com mais reflexão e sabendo articular as tensões das mudanças.

O caminho já não são as reformas parciais e que vão na mesma direção, mas a possibilidade da colaboração de ideias, práticas, pessoas, culturas, tempos e instituições diferentes. Isto é o contrário da Dança das Cadeiras, quando se mostra que não se confia nas Instituições, quando se acredita que elas podem ser manipuladas por uns e outros. A complexidade gere-se com a diversidade, com a diferença. É errado pensar que a ciência ou a técnica acabam com os conflitos, porque a evidência dos dados já não é a solução, porque foi neles a origem do problema! Não há leis científicas inquestionáveis, isso é uma ilusão da política! Não há dados que sejam indiscutíveis, sobretudo os económicos, isso é fugir á discussão! 

A Direita e Esquerda não se distinguem por estarem a favor ou contra a intervenção do Estado, não é essa a questão, isso é simples demais. Não se trata de escolher entre Privado/Estatal. As melhores soluções para o futuro apontam para um sistema misto, complexo e com a articulação das diferenças. As atuais diferenças Esquerda/Direita já não coincidem com a realidade, são simples demais e os problemas que temos são complexos. O Tempo não é linear com princípio/meio/fim. Olhe-se para os grandes conflitos mundiais, para as guerras que voltam a ser religiosas e de conquista de território. Tal e qual como na idade Média! A política da Esquerda/Direita corre esse risco da repetição do antigo!

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