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Jorge Marques
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Magda Matos
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Pedro Escada
A pandemia fez-nos adiar muitas coisas. Fez-nos parar, obrigou-nos a reflectir. A reflectir sobre a
valorização do espaço público. Sobre o comércio electrónico. Sobre as novas práticas de
teletrabalho. Sobre as transformações da mobilidade. Sobre a qualidade da habitação. Sobre as
grandes mudanças que se estimam para as cidades, no período pós-pandemia. São essas
estimativas que temos de debater.
Vejo poucos a fazê-lo no nosso território, no nosso concelho, no nosso distrito. No interior.
Alguém que assuma a liderança e que reconheça o uso diferente e intensivo do espaço público
que vai prevalecer no pós-pandemia. E aí, que se discuta a igualdade e a democracia, porque
como diz o arquitecto Paulo Tormenta Pinto: “há um problema quando o espaço público não é
oferecido com a mesma qualidade a todos. As pessoas até podem ter menos capacidade
financeira e viverem em casas mais pequenas, mas é uma obrigação garantir-lhes a qualidade do
espaço público envolvente. Isso deveria ser a base da nossa organização democrática”.
Alguém que olhe para o que está a acontecer na Europa, por exemplo, em Paris, com o conceito
da “cidade de 15 minutos”. São novos modelos de urbanismo a surgir, de planeamento, com a
pessoa no centro da acção, e dando verdadeiro sentido à palavra comunidade.
Para chegar lá, é preciso desfragmentar a cidade, continuar a remodelar bairros, criar novas
centralidades.
A ideia do modelo é encontrar tudo o que se precisa a uma distância de “até um quarto de hora”.
No fundo, garantir acesso às necessidades numa curta distância. Com proximidade! A vida de
uma cidade depende também dessa proximidade. Quanto mais próximos estivermos, mais vivos
estaremos. Mais espaços vivos teremos!
Mas não é só Paris. Copenhaga, por exemplo. Lisboa, Porto e Barcelona. Barcelona, com quem
tanto devíamos aprender ao nível da inovação, ao nível da internet das coisas e dos seus
impactos.
Alguém que comece a considerar que, mais do que construir novos edifícios, é preciso rever todos
os espaços existentes para saber como é que podem ser utilizados com mais eficiência. Ou seja,
no sentido de criar espaços multifuncionais, que estejam vazios menos tempo e que ajudem a
cidade a oferecer mais serviços a uma curta distância.
O que quero dizer, e não é a primeira vez que o digo, é que as mudanças a que estamos a assistir
são uma oportunidade para Viseu. A transição ambiental é uma oportunidade. Os novos modos
de vida são uma oportunidade.
Repare-se que até o ritmo de vida desacelerou nestes tempos, e isso é uma oportunidade, se
Viseu conseguir “vender” a sua qualidade de vida e atrair gente.
O interior, o nosso território, precisa que esse debate aconteça entre lideranças e que seja
orientado por princípios como a ecologia, a proximidade, a solidariedade e a participação.
A intenção será idealizar lugares mais sustentáveis e verdes, com curtas distâncias entre as
actividades dos residentes, possibilitar a criação de vínculos entre as pessoas e permitir que elas
se envolvam efectivamente nas modificações dos seus espaços.
Em conclusão, estamos a falar em repensar o espaço, mas também em mudar a nossa relação
com o tempo.
Estou certo de que a minha geração pretende este debate e pretende essas respostas. Esperemos
que a política faça a sua parte, neste caminho para as eleições autárquicas e para o futuro.
por
Jorge Marques
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Magda Matos
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Pedro Escada
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Margarida Benedita