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Associações na rua contra a exploração de lítio na região de Viseu

 Associações na rua contra a exploração de lítio na região de Viseu
09.11.21
fotografia: Jornal do Centro
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 Associações na rua contra a exploração de lítio na região de Viseu
17.09.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Associações na rua contra a exploração de lítio na região de Viseu

A AZU – Associação Ambiente em Zonas Uraníferas -, o Movimento ContraMineração Beira Serra e a Associação Olho Vivo recolheram esta manhã de terça-feira (9 de novembro), na feira semanal de Viseu, assinaturas para travar a intenção do Governo em avançar com a exploração de lítio na região de Viseu.

A petição, além de estar disponível na internet, também está a ser divulgada pelas associações. Neste momento, já conta com milhares de assinaturas contra a prospeção e exploração de lítio na região.

“É uma petição para dizer não. As pessoas não querem que seja pesquisado, prospetado e muito menos explorado o lítio e outros minerais, porque isto é pescar à linha, tudo o que vier à rede é peixe e o nosso abaixo-assinado é nesse sentido”, explicou António Minhoto, presidente da associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU).

“Queremos o máximo de assinaturas, claro, e já temos umas largas centenas, julgo que até milhares. O abaixo-assinado está a ter uma boa aceitação e queremos continuar a recolher até ao próximo dia 10 de dezembro, quer junto dos cidadãos, como também de responsáveis”, lançou.

Do mapa em consulta pública para a “caça ao lítio” constam os concelhos de “Viseu, Nelas, Mangualde, Seia, Penalva do Castelo, Pinhel, Guarda, numa área de cerca de 2,5 mil quilómetros quadrados que vão ser muito afetados” em caso de avanço da prospeção.

Para exemplificar, o responsável recorreu ao concelho de Mangualde, “que para além de no passado ter sido escavacado por volfrâmio e por minas de urânio, é uma zona que vai ser derrotada, a pastorícia vai ser posta em causa, o que resta da floresta não vai resistir porque as minas de céu aberto vão matar, vão deixar poluição, vão dar cabo dos cursos hídricos”, acrescentou.

Ainda assim, António Minhoto confessou estar preocupado com a desinformação que há entre os habitantes de zonas “em risco” de avanço de exploração.

“As populações não estão motivadas, nem informadas sobre esta questão”, algo que “estamos a trazer para a discussão pública e vamos chamar cientistas, académicos e autarcas a debatermos isto no dia 27 [novembro], numa Jornada de Luta contra a Exploração de Lítio, onde vamos mostrar que são os interesses de algumas empresas para enriquecer à custa de projetos que são financiados pela União Europeia”, acrescentou.

Também Renata Almeida, do Movimento ContraMineração Beira Serra, disse que a associação já luta desde 2019 “por esta informação que não existe, ou seja, as populações estão em zonas sujeitas a um ou dois pedidos de prospeção e não são informadas”, alertou, frisando que “as vidas das populações estão em jogo e elas nem sabem o que se está a passar”.

Travão à vista?

O secretário de Estado da Energia já Governo garante que exploração mineira não avança sem avaliação de impacte ambiental, que resulte numa declaração favorável, ou favorável condicionada, rejeitando acusações sobre contratos assinados recentemente.

“A concessão [para exploração mineira] decorre de uma prospeção previamente feita e portanto aquelas empresas tinham direito àquela concessão e têm que agora obviamente avançar para os processos de avaliação de impacte ambiental, sem os quais não poderá haver exploração alguma”, afirmou o secretário de Estado adjunto e da Energia, João Galamba, à margem do 9.º Fórum Energia, organizado pelo jornal Água & Ambiente, em Lisboa.

Em causa está a assinatura pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em 28 de outubro, de nove contratos com empresas mineiras – quatro para exploração e cinco para prospeção e pesquisa – e cinco adendas a contratos já existentes. Entre os contratos assinados, está o de exploração de tugnsténio no concelho de Armamar.

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