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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Há um problema de fome no mundo. Após uma década de declínio constante, a fome no mundo está a aumentar, afetando quase 10% das pessoas a nível global. Nos últimos três anos, o número de pessoas subnutridas cresceu em 150 milhões, uma crise impulsionada em grande parte por conflitos armados, mudanças climáticas e pela pandemia da COVID-19. Mais de mil milhões de pessoas não têm acesso a alimentos suficientes e este número cresce todos os anos.
Contrariamente ao que se possa pensar, este não é apenas um problema dos países subdesenvolvidos – é um problema de todos nós. De facto, as Nações Unidas estimam que se nada for feito a este respeito, haverá mais de 9 mil milhões de pessoas no planeta até 2050 e muitos vão ser os recursos necessários para acompanhar esse tipo de crescimento populacional.
Mas e se houvesse uma alternativa? E se pudéssemos produzir carne sem matar animais ou usar qualquer tipo de químicos nocivos? Parece bom demais para ser verdade, mas não é, pelo menos numa escala “ainda” pequena. Graças aos mais recentes avanços da ciência, cientistas podem agora produzir carne do zero em laboratório usando apenas células animais. Na prática isto significa que a carne de laboratório pode ter os mesmos nutrientes vitais da carne vermelha sem ter de se sacrificar um animal ou usar qualquer outro tipo de substâncias químicas. É uma situação em que todos ganham: o consumidor obtém carne saudável sem qualquer desvantagem ou inconveniente e o ambiente agradece. Em comparação com a carne de vaca convencional, a carne de vaca cultivada em laboratório requer 45% menos uso de energia, 99% menos uso do solo, e produz 96% menos emissões de gases com efeito de estufa.
A ciência por detrás disto é na verdade muito simples. Tudo o que os cientistas fazem é recolher uma pequena amostra de células de um animal, cultivar estas células no laboratório, e depois “alimentá-las” com nutrientes até se transformarem num pedaço de carne. É como cultivar plantas no seu jardim, exceto que em vez de usar a luz solar, usam-se células animais e outros tipos de nutrientes. O resultado é algo que se parece com carne, sabe a carne…e é carne! A carne cultivada em laboratório não é carne artificial. É carne animal verdadeira que apenas cresce num laboratório. Graças a esta inovação, os amantes da carne podem desfrutar dos produtos que já conhecem e adoram, sabendo que nenhum animal foi maltratado ou abatido brutalmente.
Os impactos na saúde são também promissores. A carne produzida em laboratório tem o potencial de reduzir os impactos negativos na saúde do consumo de carne. Devido ao seu alto teor de colesterol e gordura saturada, o consumo de carne pode levar a doenças crónicas. O teor de gordura pode ser controlado durante a produção da carne em laboratório, reduzindo assim o impacto negativo da mesma na saúde. A carne cultivada em laboratório pode também ajudar a combater a crescente ameaça da resistência aos antibióticos. Na produção animal são administradas grandes e excessivas quantidades de antibióticos aos animais que tornam as bactérias mais fortes, tornando os antibióticos ineficazes contra eles. Segundo a Organização Mundial de Saúde, pelo menos 700.000 pessoas morrem todos os anos devido a infeções resistentes aos antibióticos – um número que pode subir para 10 milhões em 2050 se a agricultura industrial continuar a ser a norma. Felizmente, a carne cultivada em laboratório é bastante resistente a infeções por bactérias e como tal, exigirá menos antibióticos.
As necessidades alimentares mundiais, assim como o futuro dos alimentos que consumimos estão a mudar rapidamente, e muitos têm sido os desenvolvimentos científicos nesta área, desde carne cultivada em laboratório, a uma variedade crescente de produtos à base de plantas. Poderá a ciência oferecer-nos uma centelha de esperança na resolução de todas as problemáticas associadas à fome, sejam elas humanitárias, ambientais ou éticas?
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Helena Barbosa
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
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Joaquim Alexandre Rodrigues