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Bombeiros, empresas e autarcas queixam-se das demoras no IP3

 Bombeiros, empresas e autarcas queixam-se das demoras no IP3
06.10.21
fotografia: Jornal do Centro
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 Bombeiros, empresas e autarcas queixam-se das demoras no IP3
13.09.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Bombeiros, empresas e autarcas queixam-se das demoras no IP3

Continuam as Obras no IP3 originam longas filas e esperas na zona de Penacova, que liga Viseu a Coimbra, mas os condutores não são os únicos a queixarem-se.

Também autarcas, profissionais de emergência médica e empresas de mercadorias apontam o problema surgido por causa das obras que estão a ser feitas na estrada. As filas têm vindo a prolongar-se nomeadamente na zona de Penacova há uma semana.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal, Filipe Lopes, diz que a situação tem dificultado o transporte de doentes devido às sucessivas filas.

“As obras no IP3 têm causado alguns transtornos. O que tem acontecido é que os nossos operacionais, em conjunto com o pessoal que faz a gestão do serviço diário, têm trajetos alternativos de forma a fugir a essas filas extremamente demoradas que acabam por dificultar muito a gestão do transporte”, explica.

Filipe Lopes admite que, para contornar as filas no IP3, a corporação de Carregal do Sal tem de se deslocar por vias alternativas para chegar a Coimbra e regressar a Carregal.

“No sentido Viseu-Coimbra, temos saído da Raia para procurar um sentido alternativo paralelo ao IP3 e o mesmo acontece no sentido Coimbra-Viseu, normalmente na zona de Souselas, e apanhamos o mesmo circuito alternativo acabando por sair em Espinheira ou na Raia. Tudo depende depois das filas que existirem”, esclarece.

O mesmo sente Rui Leitão, comandante dos Bombeiros Voluntários de Viseu. O responsável diz que os doentes saem prejudicados. “É um constrangimento enorme porque o planeamento é feito tomando o tempo da viagem, mas somos obrigados a alternativas que passam por irmos pela A25 até Aveiro e entrarmos depois na A1 até Coimbra”, argumenta.

O comandante admite que são “quilómetros que fazemos a mais, é combustível, é portagens”, representando “um gasto associado que não é contabilizado em cada vez que nós somos pagos porque estamos a falar de uma plataforma que gere doentes e quilómetros, mas que não tem culpa pelas obras no IP3”.

“É um transtorno que nos está a trazer prejuízos porque os doentes têm hora marcada para fazerem radioterapia e quimioterapia e, se não estiverem naquela hora, já vai atrasado porque o planeamento é feito pelo hospital”, remata.

Autarca de Mortágua preocupado com efeitos na economia local

O presidente da Câmara de Mortágua também vê esta situação “com muita preocupação”. Júlio Norte diz que não foi feito o devido trabalho para salvaguardar o trabalho dos bombeiros na estrada.

“Estamos a 50 quilómetros do Hospital e é dramático para os nossos bombeiros verem por vezes o seu trabalho interrompido por situações desta natureza”, afirma.

O autarca que vai abandonar brevemente a autarquia acrescenta que as demoras no IP3 também estão a afetar a economia de Mortágua, que “continua a ser drasticamente penalizada”, assumindo que nunca pensou que as demoras fossem tão grandes na via.

“Nós queremos chegar ao porto de Aveiro ou da Figueira da Foz e ir à Europa e isto é uma desgraça permanente porque o IP3 é um estrangulamento que não nos permite chegar rápidos e sermos eficientes na entrega dos nossos produtos. É lamentável esta situação, não sei o que as Infraestruturas de Portugal pensarão sobre isto além de uma comunicação a dizer que haveria constrangimentos, mas jamais pensei que eles fossem desta gravidade”, acrescenta.

Transportadoras de mercadorias falam em situação insuportável

Do lado das transportadoras, a mesma preocupação. O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários Públicos de Mercadorias (ANTRAM), Pedro Polónio, lamenta as demoras no IP3.

O também gestor da empresa Patinter, com sede em Mangualde, admite que a situação está a ser insuportável.

“Um atraso como aquele que temos registado na última semana é incomportável. Um camião que demora cerca de uma hora no percurso entre Viseu e Coimbra não pode perder outro tanto a realizar isso. Um camião é um ativo e tem dentro de si um trabalhador que também representa um custo acrescido para a empresa e não pode continuar ali parado”, afirma.

Pedro Polónio acrescenta que os atrasos também afetam o cumprimento dos compromissos das empresas de mercadorias com os clientes, “o chegar e o carregar a horas com tudo o que isso traduz para a logística do nosso país”.

Já a Associação de Utentes e Sobreviventes do IP3 tem revelado na última semana que as demoras se prolongam pelo menos por mais de meia hora.

As obras de requalificação do IP3 têm decorrido desde maio de 2019 num investimento de mais de 13 milhões de euros. Terminou a primeira fase da requalificação do IP3. Ficou um milhão de euros mais cara. O Governo tem assegurado que a requalificação irá terminar em 2024.

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