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Cadê ele?

 Cadê ele?
25.03.23
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Depois de anos e anos de promessas políticas nunca cumpridas, vão finalmente abrir as novas urgências do Hospital de Viseu, com instalações remodeladas e ampliadas, capazes de dar resposta a 400 doentes por dia, o que, pelo menos para já, dá alguma folga, já que a afluência média tem sido de 250.
As novas urgências abrem tarde, muito tarde. Mas, já se sabe, vale mais tarde do que nunca.
Esta coluna não se esquece de que, há seis anos, em 2017, o governo pôs a concurso estas muito esperadas obras de ampliação já com financiamento europeu assegurado, mas o ministro Mário Centeno preferiu cativar a ninharia de um milhão de euros da comparticipação nacional e a obra não avançou. Ninharia, sim: como na altura fiz notar aqui, no Olho de Gato, só em aluguer de tendas para a WebSummit, Lisboa gastava cinco vezes isso por ano.
As novas urgências abrem tarde, muito tarde. Durante anos e anos, houve muito sofrimento desnecessário de doentes e profissionais numas instalações cada vez mais degradadas. Mas, já se sabe, vale mais tarde do que nunca.
Chega ao fim esta longa luta dos viseenses, luta com muitos episódios, de que recordo uma manifestação, em Janeiro de 2020, organizada pela Liga de Amigos e Voluntariado do Centro Hospitalar Tondela Viseu e onde discursou o malogrado António Almeida Henriques.
Para além da manif, houve também uma petição pública com milhares de assinaturas a reivindicar duas obras: esta ampliação das Urgências e a construção do Centro Oncológico de Viseu.
Resolvida a primeira, há que perguntar agora pelas segunda: cadê o Centro Oncológico? Cadê?
É bom refrescarmos a memória: o Centro Oncológico de Viseu foi-nos prometido num acto oficial, em 2017, no Hospital de S. Teotónio. O então secretário de estado da saúde, Manuel Delgado, ao lado de vários VIPs locais e em cima de um estrado vermelho, jurou, a eles e a nós, que aquela obra ia avançar. Naquele cerimonioso dia, até foi lá prantada uma placa com este peremptório dizer: “Aqui vai ser instalado o Centro Oncológico”.
Passaram seis longos anos. Cadê ele? A placa ainda é capaz de lá estar. Mas mais nada. Niente. Nothing. Nichts. Rien.
Excelentíssimo senhor ministro Manuel Pizarro, ontem já era tarde para o Centro Oncológico de Viseu.

 Cadê ele?

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