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Caracolices, eleições e água

 Caracolices, eleições e água
20.01.24
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1. A actual crise política começou em 7 de Novembro, ainda era outono. A seguir, tem sido tudo devagar e devagarinho. O parlamento só foi dissolvido esta semana e só vamos ter eleições mais próximo da Páscoa.
Se não houver barraca outra vez com os votos dos emigrantes, os novos deputados tomam posse na semana santa e vamos ter governo novo a meados de Abril. Depois, mais umas semanas para novas leis orgânicas dos ministérios, nomeação das clientelas para os gabinetes, etc. e tal. O costume: quando cai um governo, Portugal caracola meio ano.
Não foi por acaso que os ditos “países frugais” da UE impuseram prazos tão apertados para a execução do PRR. Eles já sabiam que um ou vários dos “países-de-mão-estendida-a-Bruxelas” iam dar tiros no pés como este.

2. As eleições regionais de 4 de Fevereiro nos Açores são uma espécie de ensaio geral para as nacionais de 10 de Março. O que acontecer nos Açores vai influenciar a performance nacional dos partidos, especialmente à direita:
— se a AD de José Manuel Bolieiro conseguir formar governo sem depender do Chega para nada, a AD de Luís Montenegro ganha algum oxigénio;
— se o poder nos Açores passar para o PS ou ficar na direita mas à mercê dos caprichos do Chega, a AD de Luís Montenegro fica atafegadinha de todo.

3. Na última edição do Jornal do Centro, Pedro Baila Antunes fez uma pergunta a que nenhum eleito da região parece querer responder: “fará sentido Viseu e concelhos vizinhos serem abastecidos por água do Rio Douro?”
Em 29 de Abril, deixei aqui no Olho de Gato a mesma perplexidade: a região de Viseu tem duas boas bacias hidrográficas (Vouga e Mondego), para quê, então, “derreter 72 milhões de euros num cano quilométrico” de “César, em Oliveira de Azeméis (altitude – 300 metros), até ao Bairro Norad, em Viseu (altitude – 500 metros)”?
Não é mau para a região ficar dependente dos tarifários futuros decretados pelos boys da Águas do Douro e Paiva? Não é contra o interesse nacional esbanjar tanto dinheiro em tubagens e estações elevatórias, quando o país, com essa verba, fazia uma barragem nova na região de Viseu?

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