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1. Já não me lembro bem por onde me estreei nas redes sociais, se foi no Hi5 (onde estive alguns meses e não percebi nada daquilo), se foi no Twitter (onde “assinei ficha” em Dezembro de 2007 e ainda lá estou, mais como consumidor do que como partilhador).
No início, nesta rede do pássaro azul, tinha que se dizer tudo em 140 caracteres e, por isso, muita gente tuitava com a grafia e a gramática das SMS. Agora, cada tweet pode ir até aos 280 caracteres e há formas de passar informação mais densa através de “fios/threads”, usando vários tweets encadeados. Estão a aparecer também tweets longos, até 4000 caracteres, que são pagos.
Apesar de já “tuitar” há mais de quinze anos, só me tornei cliente diário desta rede depois de Putin ter invadido a Ucrânia. O Twitter é “A” fonte de informação do que está a acontecer naquele país martirizado e, não menos importante, do que acontece na Rússia (muito menos monolítica do que se pensa) e nos BRICS e demais países ascendentes, que não sentem esta guerra com o mesmo dramatismo dos europeus. Para se perceber isso, basta um passeio pela impressionante produção tuiteira “lulopetista” e “bolsonarista”, ambas farinha do mesmo saco putinista.
Por cá, para se estar informado sobre a guerra na Ucrânia, há que frequentar a rede de Elon Musk: o que os órgãos de comunicação social portugueses e respectiva “opinião” vão referindo ou “pensando” sobre aquele conflito ou já “deu” antes no Twitter ou é irrelevante.
2. Esta semana, no parlamento, o líder do Livre alertou o primeiro-ministro para o risco de Portugal se tornar “num lamaçal, num charco cada vez mais pequeno”. António Costa ripostou com um espantalho: que Rui Tavares, ao usar aquele “vocabulário”, estava a ajudar o “populismo”.
Ora, não é aquele retrato do país que dá força aos populistas, o que lhes dá força é saber-se que os Salgados e os Sócrates se safam sempre, o que lhes dá força é saber-se do forrobodó na TAP, o que lhes dá força é o egoísmo centralista da corte lisboeta, o que lhes dá força é saber-se do festim no PRR, com as suas falhas na “prevenção de conflito de interesses, fraude, de corrupção e duplo financiamento”.
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