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Com a certeza de que não é fácil seguir pela via do desporto e manter acesa a estrada da vida académica, Rafael Barbas tem aos 21 anos definido que é isso que quer fazer. Nasceu a 27 de junho de 2004 na Guarda e está na Tavfer desde 2023. Aos 19 anos deu o salto para o pelotão profissional da equipa de ciclismo de Mortágua. A instituição desportiva salienta que Barbas tem-se destacado “não só pela sua evolução desportiva, mas também pela capacidade de conciliar a exigente licenciatura em Medicina com o ciclismo de alto rendimento”.
O ano de 2025 está a ser marcante na vida desportiva do jovem ciclista, que enfrentou dois desafios desportivos. Primeiro pedalou o Grande Prémio O Jogo. Aí arrecadou a classificação da Juventude. Mais tarde pedalou na Volta a Portugal do Futuro, competição em que se destacou e alcançou o top-15 da Geral.
À comunicação da Tavfer, Rafael Barbas diz que este ano optou por focar-se mais no rendimento desportivo, mas salienta que a universidade “está a correr bem”. “Aos poucos, consigo acompanhar o curso e tento não deixar nada para trás. Medicina nunca foi um curso “fácil”; exige muito tempo, muitas horas de estudo e, sobretudo, muita força de vontade, tal como o desporto profissional. Conciliar estes dois mundos, ambos de elevada exigência, é um verdadeiro desafio. Quando se atinge um certo nível de exigência, a ideia de “conciliar tudo” deixa de ser prática e só quem vive estas realidades percebe a dificuldade de tentar ser excelente em mais do que uma área ao mesmo tempo”, reconhece.
Por isso, a quem quer enveredar por esse mundo de pedalar numa equipa profissional de ciclismo e no mundo académico, Rafael Barbas é perentório. “Não adianta dizer que é fácil ou realista conciliar as duas coisas, porque sinceramente não é – tudo depende da exigência dos objetivos de cada um. O mais importante é ter consciência das próprias limitações e não recear tomar decisões difíceis, optando por uma ou outra área em certos momentos da vida. É possível conquistar muito em diferentes áreas, mas viver com dúvidas e arrependimentos é das piores coisas que existem. Não digo que não se deva conciliar desporto e estudos, mas cada um tem de descobrir o seu próprio equilíbrio”, defende.
Sobre a preparação para as duas provas em que participou este ano, o jovem ciclista da Guarda não tem dúvidas: foi a melhor preparação já fez, desde que está no ciclismo. “Sabia que estava num bom nível, na minha melhor forma física até então, graças ao trabalho com o meu treinador, Gustavo, e à decisão de priorizar os treinos em relação aos estudos – uma escolha difícil, mas que se revelou acertada para este bloco competitivo”, sublinha.
Nos próximos tempos, a faculdade vai ser o foco de Rafael Barbas. “Antes deste bloco de corridas, sabia que teria de “levantar o pé” e focar-me nos exames da faculdade em maio e junho, uma decisão difícil devido a sentir que estou numa excelente forma física. No entanto, as prioridades mudam e espero continuar a evoluir, preparando-me para os próximos objetivos e corridas que aí vêm”, antecipa.
Numa palavra de gratidão para a Tavfer, Rafael Barbas diz ter encontrado em Mortágua “o apoio necessário no início do meu percurso académico”. “Foi possível manter-me nos dois mundos graças ao suporte de toda a equipa, tornando o processo muito mais fácil. Aprendi muito com o staff e os colegas, e acredito que o trabalho da equipa no desenvolvimento dos jovens é notável, não só para mim, mas para todos os que passam por esta estrutura. A todos eles, o meu obrigado”, afirma.
A Tavfer escreve na nota oficial que a história do ciclista de 21 anos é “exemplo inspirador de resiliência, dedicação e paixão pelo ciclismo e pelos estudos”. A equipa de ciclismo de Mortágua diz oficialmente que o percurso de Rafael Barbas “demonstra que, apesar das dificuldades e dos sacrifícios, é possível alcançar resultados de destaque quando se conta com uma estrutura sólida e se mantém o foco nos objetivos”.
“O futuro promete novos desafios e conquistas para Rafael, que continuará a ser uma referência para todos os jovens atletas que sonham em conciliar o desporto de alto rendimento com a vida académica”, pode ler-se.