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A empresa DaVita Portugal queixa-se de estar a aguardar há meses por uma aprovação de um pedido de convenção com o Estado para a entrada em funcionamento de uma clínica de hemodiálise na cidade de Lamego.
A valência foi desenvolvida em parceria com a Santa Casa da Misericórdia local, “com o objetivo de dar aos doentes renais do município a possibilidade de fazerem um tratamento perto das suas casas, evitando deslocações para instalações fora do concelho”. Contudo, apesar de o investimento feito, a DaVita diz que está há largos meses à espera da convenção para iniciar a sua atividade.
“A clínica está pronta e pode começar a funcionar assim que o pedido de convenção, submetido à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), nos for concedido. Acreditamos que a DaVita Lamego vai trazer muitos benefícios para os doentes, que têm de fazer deslocações semanais para realizar o tratamento; assim como para a Tutela, no que a custos de deslocação diz respeito”, afirma Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.
O presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, lamenta toda a situação e diz esperar que o acordo com o Estado seja assinado “com a maior brevidade possível”.
“Temos feito sentir essa necessidade junto da ARS e estamos convictos de que, brevemente, haverá uma decisão favorável sobre a matéria. Penso que é claro para todos de que a existência de oferta qualificada e alternativa de serviços de hemodiálise contribuirá para elevar o nível de serviço e a qualidade de vida dos doentes”, refere o autarca.
“A existência de uma clínica de hemodiálise em Lamego será uma enorme mais-valia para a qualidade de vida dos doentes do concelho de Lamego e de toda a região do Douro Sul e norte do distrito de Viseu. Além disso, é uma mais-valia do ponto de vista económico para o Ministério da Saúde, pois reduzirá o custo dos transportes suportados com os doentes da região”, remata Francisco Lopes.
Também o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, António Pinto Carreira, está ansioso pela entrada em funcionamento desta nova resposta aos doentes renais, salientando que “a clínica está pronta a funcionar dependendo da convenção com a ARS, há cerca de quatro meses”.
“Nada justifica esta situação de limbo, porque a saúde dos nossos concidadãos não se compadece com estas indecisões da administração central. Entendemos que é tempo de se olhar de forma justa para o interior do país e não ficarmos, apenas, por palavras. Acreditamos, por isso, que em breve teremos uma resposta positiva a este desejo de modo a garantir a todos os cidadãos o direito aos cuidados de saúde”, diz.
As associações de doentes também não percebem a demora e lamentam o elevado tempo de espera.
“Tínhamos conhecimento de que as convenções para abertura de novos centros de hemodiálise estavam a ser mais céleres. Estando o centro de hemodiálise já completamente pronto a funcionar, consideramos que, neste ponto, não entendemos o atraso na convenção, pois é algo que irá continuar a prejudicar os doentes renais que necessitem de tratamento”, afirma José Miguel Correia, presidente da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), acrescentando ser “muito importante a abertura de um centro de hemodiálise para servir a população de Lamego e zonas limítrofes”.
Fernando Pinto, presidente da Associação de Doentes Renais de Portugal, é da mesma opinião e considera “inadmissível” que, havendo uma clínica pronta a funcionar, os doentes renais de Lamego, ainda tenham de fazer deslocações para poderem realizar os tratamentos necessários.
“Depois de quatro horas de diálise, fazer viagens de carro, mesmo que de 30 minutos e por muito bom que o veículo seja, é muito custoso para os doentes. As pessoas chegam a casa arrasadas. Não há justificação para um atraso destes”, critica.
“Já escrevemos para a ARS Norte a apelar que deem a convenção quanto antes, é uma necessidade para os doentes do município e, além disso, o funcionamento desta clínica é também uma mais-valia para o Estado, que deixa de pagar os custos das deslocações. São duas viagens por dia, três vezes por semana”, conclui.
Contactada pelo Jornal do Centro, a Administração Regional de Saúde do Norte “não soube adiantar, pelo menos para já, nada sobre este assunto”.