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Diogo Chiquelho
Ursula Von der Leyen mandatou Mario Draghi, o antecessor de Christine Lagarde enquanto Presidente do Banco Central Europeu e ex-primeiro ministro italiano, para fazer um ponto de situação sobre a competitividade da União Europeia (EU) e o necessário para lhe dar um banho gelado, arrebitando-a. O resultado foi partilhado estes dias e a primeira sensação com que se fica é confirmatória: a UEa tem dado passos muito certeiros para ir na direção errada.
As recomendações não nos deixam com grandes esperanças ao nível da prosperidade europeia. Quando o “Super Mario” recomenda que o investimento deve rondar cerca de 800 mil milhões de euros anuais, percebemos o quão atrasados seguimos face aos mercados e blocos concorrentes. Acresce que a confiança que se pode depositar na gestão desses fundos não é brilhante nem, para mim, pode ser sequer otimista. Por exemplo, o valor de todo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que ronda os 22 mil milhões de euros, é irrisório quando comparado apenas com um ano do valor recomendado por Draghi. E bem temos visto como tem corrido o investimento e a gestão dos fundos do PRR, como já notou não só o Governo, como também o próprio Tribunal Central Europeu.
São várias as opções feitas nos últimos anos que têm contribuído para este atraso competitivo, sendo claramente uma das primeiras a destacar o frenesim desmedido e desponderado com a sustentabilidade. Não me entenda mal: a questão da sustentabilidade, não apenas ambiental como também social, é-me querida e um dos maiores problemas dos tempos atuais. A questão é que no princípio de desenvolvimento sustentável, não podemos dizer que não há favoritos na UE: o “desenvolvimento” é o filho a quem a mãe vai dando qualquer coisa só para não deixar morrer à fome, mas não o suficiente para crescer, ao passo que pode-se dizer que o “sustentável” tem frequentado rodízios generosos. Os dois deviam andar igualmente cheios para serem capazes de puxar a mãe no mesmo sentido, mas a culpa é da própria mãe, que não os educa para tal.
A pretensão da UE acabar com a venda de veículos com motor a combustão até 2035 é exemplificativo de tudo isto. Só o seu anúncio estimulou a cotação das empresas de produção de veículos elétricos e o investimento no desenvolvimento de tecnologias, o que se concentra esmagadoramente no bloco asiático, nomeadamente na China. Não só bastou essa valorização em bolsa, como a UE motiva a troca dos veículos a combustível por elétricos, reforçando os lucros não europeus. A UE colocou-se assim sobre a dependência chinesa. O percurso é errado, porque quer-se começar pelo fim. A UE deve construir bases para ser capaz de produzir as novas tecnologias e de competir com o estrangeiro e, uma vez capacitada competitivamente, pode almejar abolir os motores a combustão.
Se na expressão “desenvolvimento sustentável” é verdade que o “sustentável” surge após “desenvolvimento”, a UE norteia-se pela leitura de que “sustentável” está à frente de “desenvolvimento”. São entendimentos similares, mas ao mesmo tempo tão diferentes.
Draghi vem tentar despertar-nos para isto. O seu famoso “custe o que custar” que em 2012 visou salvar o euro, tem de ser recuperado. Custe o que custar, a UE tem de se capacitar competitivamente se quer ser pioneiro no desenvolvimento sustentável, sem prejudicar as suas populações e sem potenciar monopólios externos.
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Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
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