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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
José Carreira
Viseu recebeu na tarde deste domingo (10 de outubro) a 4ª marcha pelos direitos LGBTQIA+. Na iniciativa, que teve como lema “o orgulho existe, resiste e sai à rua”, estiveram cerca de duas centenas de participantes.
A marcha começou no Jardim Sensorial de Santo António, junto à Escola Emídio Navarro, e passou pela rua direita, parque Aquilino Ribeiro e Rossio, onde terminou.
Melanie Mendes, da plataforma Já Marchavas, que organizou a iniciativa, lembrou que ações como esta ainda continuam a ser necessárias. “Com estas lutas, que são pequenas mas que no fundo são grandes, aos poucos, vamos conseguindo o espaço que ainda nos falta. Há ainda muita coisa para conquistar que ainda não conseguimos. Continuam a existir ataques a pessoas da comunidade. Ainda há sítios onde ser LGBTI é crime”, destacou.
Antes do arranque da marcha, houve tempo para várias intervenções por parte de diferentes associações, organizações e representantes de partidos políticos. Entre os intervenientes estava Eulália Almeida, da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual (AMPLOS), que destacou que continua a ser preciso “lutar por uma sociedade mais justa e opormono-nos a toda a descriminação pela orientação sexual e identidade de género”.
Eulália Almeida lembrou que também ela foi uma mãe que “teve de ir buscar coragem e está hoje como ativista. Mãe de um filho que precisou que a sua mãe mudasse. Hoje estou aqui também em representação dele”, destacou.
Na iniciativa esteve também a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, que lembrou que estas marchas “são uma afirmação política do direito a ser pessoa, na sua integralidade, sem barreiras, sem perseguição e sem descriminação”.
“Há muitos jovens, pessoas de todas as idades, que enfrentam barreiras muito significativas para assumirem a sua orientação sexual, a sua identidade de género e é por isso que marchamos”, sublinhou Rosa Monteiro.
A secretária de Estado, natural de Viseu, disse ainda que estas marchas por todo o país “são o sintoma positivo de que estamos a expandir e a criar um Portugal mais igual e a reduzir as assimetrias regionais que existem”.
“Não queremos ter pessoas que estejam segregadas neste país e que para serem livres tenham de viver apenas nos grandes centros. A vitalidade e diversidade destes movimentos, em todas as regiões e distritos do país, com movimentos de base local, associações e coletivos, é muito importante”.
A escolha do dia 10 de outubro para a realização da marcha não foi por acaso, já que amanhã se assinala o “The Coming Out Day”.