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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
O livro de poesia “A lesma arrasta-se”, de José Eduardo Arimateia, foi apresentado este sábado no auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude, em Viseu.
A apresentação do livro, a segunda obra do autor depois de “Livro Venenoso” (2019), contou com a presença de Francisco Mendes da Silva e Patrícia Portela. Além de terem tecido alguns comentários acerca da nova obra poética de Eduardo Arimateia, os convidados aproveitaram o momento para ler alguns excertos do livro. Com vídeo de Leonardo Simões, professor de cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema e diretor de fotografia, a apresentação teve início às 17h00.
“Há de facto um paralelo entre a lesma e os homens”, foi deste modo que Patrícia Portela, autora, encenadora e mestre em dramaturgia e filosofia contemporânea, começou o seu discurso. “Existe um caminhar lento e constante pela vida. Assim como os homens, a lesma pode ser um flagelo, afirmou a encenadora, que afirmou escrever “para ver se consigo estar à altura”. A dramaturga mencionou dois aspetos que, a seu ver, são sempre importantes num livro: ter uma obra dedicada e poder apresentá-la, agradecendo a Eduardo Arimateia pela oportunidade de apresentar “A lesma arrasta-se”.
Para Patrícia Portela, algo inerente aos poetas é a capacidade de “parar e olhar o mundo com uma calma que poucos têm”. Para a autora, este livro de poesia é uma “sintonia com o macrocosmos e o quotidiano”, ao mesmo tempo que “apruma o tempo e os dias”.
Francisco Mendes da Silva, por seu lado, começou a sua introdução com a citação daquela que considerou como uma das suas frases preferidas: “Escrever sobre música é o mesmo que dançar sobre arquitetura”. O advogado e comentador no Público, SIC Notícias e Jornal do Centro introduziu a frase para mostrar o modo como por vezes é difícil fazer o jogo entre a intromissão autorizada na intimidade do poeta e a aceitação ou não dessa intromissão.
O advogado salientou, em “A lesma arrasta-se”, o modo como o poeta conseguiu captar dentro de atividades banais a arte poética por trás de cada momento. “Não há nada de mais poeticamente banal do que a conjugalidade”, afirmou Francisco Mendes da Silva, uma menção a um poema de Eduardo Arimateia.
Em “A lesma arrasta-se” convida os leitores a uma jornada introspetiva que cruza o quotidiano do ser humano com um misticismo singular da experiência humana. A obra permite ao leitor ser absorvido por memórias, algumas delas aparentemente perdidas, desde o primeiro verso.
O autor nasceu em Hartford, nos Estados Unidos da América, e reside em Viseu, onde explora a poesia e o jogo de palavras nas suas obras. Oscilando entre a suavidade e a violência, o ritmo de Eduardo Arimateia é visível em poemas que provocam pausas para contemplar sensações tanto familiares como insólitas.