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Empresário árabe ameaça abandonar investimento de 1,2 ME em Portugal após ser burlado

 Empresário árabe ameaça abandonar investimento de 1,2 ME em Portugal após ser burlado
02.07.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Empresário árabe ameaça abandonar investimento de 1,2 ME em Portugal após ser burlado
14.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Empresário árabe ameaça abandonar investimento de 1,2 ME em Portugal após ser burlado

Um empresário árabe que planeava investir 1,2 milhões de euros no turismo em Santa Comba Dão revelou à Lusa que pondera abandonar o projeto após ser alegadamente burlado por um cidadão, também acusado de fraude com donativos para a Ucrânia.

A notícia de um investidor árabe que planeava investir mais de um milhão de euros no concelho, após comprar uma quinta para futuro turismo rural, foi bem recebida na região.

O empresário Fares Nasser adquiriu a Quinta Nova do Soutal, com o objetivo de a transformar numa unidade turística, como contou à agência Lusa, através do seu representante legal em Portugal.

A compra deu-se em 2019, depois de outros investimentos, nomeadamente em Góis, distrito de Coimbra.

No ano passado, para o projeto avançar, procurou um caseiro, uma pessoa que cuidasse da quinta e realizasse alguns trabalhos, não apenas no imóvel, como também no jardim, e acabou por aceitar a oferta de Rui de Sousa, com quem nunca chegou a fazer um contrato.

Este indivíduo pediu-lhe mais tarde para morar num dos imóveis da quinta, com a mulher e um filho, o que o empresário, residente em Omã, aceitou.

Trata-se de um casal que está a ser investigado pelas autoridades portuguesas após acusações de pessoas que o acusa de burla com donativos para ajudar pessoas e animais na Ucrânia.

Fares Nasser afirma que avançou várias quantias de dinheiro, esperando em troca a realização de trabalhos e a respetiva aquisição de materiais, mas foi sabendo por várias pessoas da região que afinal o trabalho não estava a ser feito, nem o material, para o qual pedia dinheiro, estava a ser adquirido.

“Existia um grande desencontro entre o que ele dizia que fazia e o que aparecia feito”, adiantou o empresário.

Ao mesmo tempo, o empresário foi sabendo que Rui de Sousa cortara várias árvores, para alegadamente vender a madeira, o que terá feito sem autorização e apropriando-se do montante da madeira.

Confrontado com a situação, recusou sempre dar qualquer explicação e o caso piorou quando o empresário alegou que não tinha confiança para manter a relação profissional, contou Nasser.

Rui de Sousa não aceitou e, em finais de 2021/22, recusou-se a sair de casa, alegando que não tinha para onde ir.

Seguiu-se um período de acesas trocas de mensagens entre o empresário, o advogado e Rui de Sousa, até que este teve mesmo de sair, embora tenha alegadamente levado consigo vários bens entretanto adquiridos por Fares Nasser e deixado a casa bastante destruída, sem torneiras, portas, janelas, móveis, entre outros bens.

Antes disso, e após o proprietário da quinta ter ordenado a suspensão do abastecimento de água e luz, terá realizado ligações ilegais e ativado indevidamente os contratos.

O empresário apresentou uma queixa nas autoridades, correndo atualmente um processo-inquérito no DIAP – Secção de Santa Comba Dão, por furto de bens.

O caso levou o empresário a ponderar desistir de investir em Portugal, principalmente após constatar a “inoperação das autoridades” e a dificuldade em alguém fazer o que quer que fosse, mesmo perante a ocupação indevida da casa e o roubo de bens, a que várias pessoas terão assistido.

Fares Nasser pondera vender a quinta pelo valor que comprou e ir investir os 1,2 milhões de euros em outra região.

A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir Rui de Sousa, bem como o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, município onde o investimento ia ser realizado.

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