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Pedro Baila Antunes
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José Junqueiro
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Alfredo Simões
Com o agravamento do aquecimento global (sim, o aquecimento global existe) e o escalar dos conflitos armados em vários países do mundo, particularmente na Ucrânia, tem sido cada vez mais evidente a necessidade de encontrar fontes de energia alternativas aos combustíveis fósseis. O fechar de torneira imposto pela Rússia deixou bem clara a dependência e a dificuldade dos países ocidentais em fazer face à falta de gás natural ou outros combustíveis, deixando nações inteiras e decisores políticos à beira de um ataque de nervos.
A energia renovável – predominantemente eólica e solar – tem sido considerada e descrita como competitiva em termos de custos, limpa, e a solução para a crise que agora se anuncia grande, como um efeito concomitante das razões acima descritas. Contudo, apesar da visão romântica do vento e do sol, nem sempre estas alternativas acabam por ser soluções perfeitas. Primeiro, as energias renováveis não estão disponíveis a todo o momento, uma vez que estas dependem fortemente das condições meteorológicas. Depois, a eficiência das tecnologias renováveis é baixa, uma vez que os dispositivos de conversão de energia são pouco eficazes. A título de exemplo, a eficiência dos painéis solares que estão disponíveis no mercado, situa-se entre 15% e 20%, enquanto as tecnologias tradicionais que utilizam carvão ou gás natural podem atingir níveis de eficiência de 40% e 60%, respetivamente. Por fim, o custo inicial da energia renovável é elevado. Considerando a quantidade de energia que podemos obter das tecnologias renováveis, o seu custo inicial é elevado e por vezes inacessível. De facto, os processos de fabrico e instalação de dispositivos de energia renovável como os painéis fotovoltaicos são relativamente caros.
E é aqui que aparece uma outra fonte de energia, que não sendo renovável e consensual, pode oferecer uma alternativa segura e a longo prazo. A energia nuclear é a energia armazenada no núcleo de um átomo. Os átomos são pequenas unidades que compõem toda a matéria do universo, e é a energia que mantém o núcleo unido. Há uma enorme quantidade de energia no núcleo denso de um átomo, que pode ser utilizada para gerar eletricidade, mas primeiro tem de ser libertada. Ao processo que leva à divisão dos átomos para libertar essa energia, chamamos fissão nuclear. Um reator nuclear, ou central elétrica, é uma série de máquinas que podem controlar a fissão nuclear para produzir eletricidade. O combustível que os reatores nucleares utilizam para produzir a fissão nuclear é o urânio. Num reator nuclear, os átomos de urânio são separados e libertam pequenas partículas chamadas produtos de fissão. Os produtos de fissão provocam a divisão de outros átomos de urânio, dando início a uma reação em cadeia que cria calor. O calor é usado depois para produzir vapor que faz girar turbinas de geradores criam eletricidade.
A energia nuclear é uma das maiores fontes de energia sem emissões no mundo, contudo esta tem encontrado algumas barreiras na sua aceitação e vulgarização: medo, desconhecimento e resistência à mudança. O medo, tem origem por um lado nos desastres de Chernobil e Fukushima que ficaram marcados na memória de gerações passadas e presentes, e por outro na associação do “nuclear” à bomba atómica. O desconhecimento, deve-se à falta de divulgação e “iliteracia energética” dos cidadãos. Por outro lado, resistência à mudança, muitas vezes impulsionada pelos lobbies energéticos instalados e muitas vezes por ser simplesmente mais fácil “deixar como está”. Um dos grandes argumentos dos anti-nuclear tem sido os possíveis resíduos desta tecnologia. O combustível nuclear é muito denso em energia, é necessário muito pouco para produzir quantidades enormes de eletricidade. Como resultado, é produzida uma quantidade pequena de resíduos. Em média, os resíduos de um reator que produz as necessidades elétricas de uma pessoa durante um ano seriam aproximadamente do tamanho de um tijolo, dos quais apenas 5 gramas são resíduos com elevada radioatividade, o chamado combustível gasto. Durante o processo de fissão nuclear, é criado combustível gasto ou usado (por vezes incorretamente referido como resíduo nuclear), que nenhuma semelhança tem com o líquido verde da série animada “Os Simpsons”. Este material não só não é perigoso como é, na realidade, um recurso valioso uma vez que pode ser reciclado para criar combustível e produtos secundários.
A capacidade da fissão nuclear para produzir responsavelmente energia à escala global, 24/7, (quase) sem carbono é inigualável entre as tecnologias conhecidas. Existem projetos de reatores de próxima geração que podem reduzir ainda mais os resíduos, melhorar a segurança e reduzir os custos. Mesmo para aqueles que não apoiam o nuclear atual, é difícil ignorar todas as melhorias possíveis e a verdadeira alternativa que este apresenta para o futuro da energia.
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Pedro Baila Antunes
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José Junqueiro
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Alfredo Simões
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Clara Gomes - pediatra no Hospital CUF Viseu
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Pedro Escada