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O futuro da mobilidade é um assunto extraordinariamente atual, como serão os veículos no futuro? Qual será a fonte de energia que os locomove? São respostas que os grandes construtores mundiais parecem estar a tentar encontrar, assentes em premissas fundamentais como a sustentabilidade e a eficiência energética e ecológica.
Assim sendo, como piloto de rally questiono-me, e o futuro do desporto motorizado, como será? Com várias possibilidades, zig zags e avanços tecnológicos que podem moldar a forma como vemos e vivemos os demais desportos motorizados, o que torna o seu futuro um tema deveras interessante e com várias hipóteses atuais e algumas mais futuristas.
Atualmente existem já várias modalidades de desporto motorizado que estão a optar por combustíveis alternativos ou elétricos com o objetivo de reduzir a pegada de carbono e fomentar a sustentabilidade.
No Campeonato Mundial de ralis, WRC, a categoria principal já conta com carros híbridos que utilizam, desde 2022, um combustível 100% sustentável resultante de uma mistura entre componentes sintéticos e biocombustíveis. Os WRC1 são capazes de gerar uma potência impressionante, superior a 500cv, que fazem lembrar os saudosos grupos B dos idos anos 80.?A Fórmula E é um campeonato de monolugares totalmente elétrico, no qual as equipas competem em pistas urbanas em todo mundo. Os carros são impulsionados por motores elétricos e alimentados por baterias de alta capacidade, contam ,desde 2022, com uma potência que ronda os 470cv. Na temporada de 2019/2020, o português António Felix da Costa conseguiu o incrível feito de vencer o Campeonato e, portanto, sagrar-se Campeão do Mundo de fórmula E.
A MotoE é um campeonato de motas elétricas que acompanha, desde 2019, o Campeonato Mundial de Motociclismo, MotoGP, ao longo do seu calendário. As equipas competem através da realização de corridas de curta distância, utilizando motas alimentadas por baterias elétricas capazes de gerar uma potência de 160cv.
O mítico Rally Dakar é uma das mais duras e desafiadoras provas do mundo, nos últimos anos, foi introduzida uma categoria exclusiva para veículos elétricos. Onde se destacam os sofisticados Audi RS Q e-tron E2, alimentados por dois motores elétricos capazes de gerar uma potência combinada de 646cv. Todavia, e devido às longas distâncias percorridas, conta com um motor a gasolina que funciona unicamente como gerador para produzir eletricidade, que é armazenada na bateria. Um facto um tanto ao quanto questionável, embora, pelo menos, 80% da gasolina consumida pelo motor a combustão seja 80% sintética, do mal o menos.
O Extreme E é uma competição off-road que utiliza veículos de todo-o-terreno elétricos. As equipas, que juntam nomes sonantes do panorama mundial como Loeb ou Sainz, competem em locais remotos e desafiadores com o objetivo de aumentar a consciencialização sobre as mudanças climatéricas e a importância da sustentabilidade. O veículo utilizado é o SUV elétrico Spark ODYSSEY 21 que é capaz de produzir 540cv de potência às quatro rodas.
Estas são apenas algumas das disciplinas de desporto motorizado que estão a adotar combustíveis alternativos ou elétricos. Que dão sinais de uma mudança de paradigma no desporto motorizado que acompanhada, claro, o ritmo e as tendências do mundo em que vivemos. Concordando mais ou menos com esta ou com aquela tecnologia, a verdade é que está indústria têm feitos esforços para se atingir um importante objetivo, a neutralidade de carbono.
Porém, pergunto-me, se prefiro o som dos motores a combustão interna e o cheio a octanas? Prefiro muito! Têm a capacidade quase que mágica de tornar incrível um carro parado, só a tralhar ao raletin. Mas o que eu gosto mesmo é de conduzir, isso sim. E se no futuro existirem apenas outras possibilidades, que sejam então igualmente com carros e motas rápidas e entusiasmantes, com performances sempre melhores que os seus antecessores, que originem competições apaixonantes e capazes de atrair pessoas em massa para verem corridas. Se se tratar de um veículo com rodas, volante e motor, estou interessado em conduzir.
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