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A Câmara de Santa Comba Dão assina esta sexta-feira (28 de fevereiro) o protocolo de cooperação com a associação Ephemera para a concretização do Centro Interpretativo do Estado Novo, um projeto defendido pela autarquia do concelho onde nasceu António de Oliveira Salazar, mas que tem merecido polémica nos últimos anos.
O protocolo vai ser assinado às 11h30 na Casa da Cultura de Santa Comba Dão e foi aprovado pelos órgãos municipais. A autarquia explica que o documento estabelece as “bases da cooperação para a concretização” do espaço que pretende retratar a história do regime do Estado Novo – que foi a mais longa ditadura da Europa ocidental, vigorando entre 1926 e 1974 – e da sua resistência.
A Escola Cantina Salazar, em Vimieiro, mantém-se como o local escolhido para receber o centro interpretativo.
Em comunicado, a Câmara de Santa Comba Dão refere que o protocolo com a Ephemera, o arquivo histórico fundado por José Pacheco Pereira, “pretende acabar de vez com qualquer suspeita de saudosismo da ditadura, que gorou tentativas anteriores, e abrir caminho ao estudo histórico de todos os aspetos políticos, militares, biográficos, económicos, sociais, culturais e iconográficos desse período”.
O município assegura ainda que a autonomia do projeto, a prioridade da preservação da memória documental e a investigação no centro interpretativo serão asseguradas por uma comissão científica “constituída por historiadores e académicos prestigiados” e pela Ephemera.
“Este projeto servirá também a população de Santa Comba Dão, trazendo debates, exposições, investigadores nacionais e internacionais à autarquia”, promete a Câmara.
A ideia do centro interpretativo remonta a 2018, quando a Câmara de Santa Comba Dão anunciou o projeto inicialmente em parceria com o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (UC) e como parte da Rota das Figuras Históricas da ADICES – Associação de Desenvolvimento Local. Mas, cerca de duas décadas antes, já se falava no “museu Salazar”.
O projeto mereceu tanta polémica que a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) apresentou duas petições na Assembleia da República contra o projeto: em 2009, com 16 mil assinaturas, e em 2020, com 11 mil assinaturas. Entretanto, as parcerias com a UC e a ADICES caíram por terra, mas a Câmara de Santa Comba Dão sempre defendeu a viabilidade do projeto. Agora, vai assinalar o protocolo de cooperação com a Ephemera.