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Pedro Escada
Depois de um confinamento relativamente rigoroso, voltámos a uma normalidade também relativa.
Não sou de me queixar muito, até porque na verdade este confinamento não alterou substancialmente a minha forma de vida. Mas há que dizer que ao fim de umas semanas sem ir beber a cerveja de fim de semana à ACERT, ou sem ir a Viseu visitar a melhor amiga e fazer um programinha cultural, começa a sentir-se alguma estranheza. Para já não falar do tempo infinito que passou desde a última vez que fui visitar a filha e a neta, que habitam lá no longínquo sul.
Talvez por isso a primeira semana do novo desconfinamento nasceu com um sabor de expectativa, neste ambiente de pseudo-normalidade, com máscaras e distanciamento, coisas que se podem fazer e outras não, a vida a decorrer de acordo com um formulário de normas e estatísticas. Mas como se costuma dizer, há que seguir em frente, e foi o que fiz.
Logo no início da semana fui a Coimbra conversar com um amigo sobre um novo projeto. Podíamos ter falado pelo zoom? Claro, mas não é o melhor para os momentos de lançamento de novas ideias. Depois de sabermos do que estamos a falar, já nem o zoom é necessário, basta a chamada telefónica. Mas quando andamos a fazer prospeção, a realidade do outro, o tom da voz, a forma de olhar e sermos motivados pelo que nos rodeia, requerem a presença física. Sempre com máscaras, claro, e um café com distanciamento numa esplanada.
Já que estava em Coimbra, fui visitar o Museu Nacional Machado de Castro, rever o incrível Criptopórtico de Aeminium, a cidade romana que nasceu há 2000 anos no lugar onde hoje em dia se encontra o museu. Fica-se sempre espantado com aquele espaço interior avassalador em forma de gruta construída, com belas abóbadas. Como foi bom voltar a entrar num museu! E porque há poucos turistas, tive direito a explicações detalhadas. Por fim uma visita à varanda do Instituto Universitário Justiça e Paz, para um almoço arejado e seguro (a sala de refeições encontra-se fechada) com uma vista soberba sobre o rio e as suas pontes.
Uns dias depois fui a Viseu, sempre com máscara e distanciamento, ver a exposição de fotografia da Fundação Altice, que se encontra na Quinta da Cruz-Centro de Arte Contemporânea. Um exemplo de arte fotográfica que por vezes se assume quase como pintura. Voltei a sentir-me culturalmente vivo e esqueci-me dos confinamentos todos. Quando cheguei ao sábado já não aguentei mais e fui a um concerto da Luísa Sobral. Em streaming, na internet, claro. Mas com auscultadores e no meu portátil, o ambiente a meia luz e a Luísa ali a cantar só para mim.
A Luísa Sobral é um exemplo singular de fusão entre a voz, a letra e a música, nada se sobrepõe, e a execução parece muito natural, sem esforço. E como estamos em streaming ela pode explicar, quase ao ouvido, a motivação para as diversas canções. Gostei de saber que por vezes também compõe para se desafiar a fazer algo difícil. Por exemplo, tinha ouvido “Só um beijo”, no youtube, com o Salvador Sobral, e aquilo tinha-me parecido uma coisa do outro mundo. Agora fiquei a saber que é um dos tais exemplos de desafio pessoal, e ouvi-a com o seu guitarrista, e coninuou a parecer-me absolutamente incrível. O que diz muito da integridade da canção.
Enfim, estar aqui em casa só com ela não tem muita graça. Tinha-a ouvido numa entrevista na RTP 2, a dizer que os músicos sentem a falta do público, que o streaming veio para ficar, mas como complemento do presencial. Concordei. Mas também eu senti falta do público. Por isso não se esqueçam, quando transmitirem concertos destes, de mostrarem algum público de vez em quando. Sempre se cria um ambiente omo no concerto da Antena 3 que vi no youtube. Que é para eu me sentir mais acompanhado aqui na sala. É que a minha cadela não me faz companhia nos concertos, ela é mais trazer troncos do quintal para dentro de casa, e roer. Sem máscara nem distanciamento. Que o digam os meus dois gatos.
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Jorge Marques
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Margarida Benedita