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Famílias há muitas!

 Famílias há muitas!
27.04.24
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 Famílias há muitas!

No mês em que comemoramos os 50 anos do 25 de Abril, da conquista da liberdade e da democracia, tomei conhecimento que tinha sido fundado em 2021 “O Movimento Acção Ética”.
Deste movimento da direita conservadora, não posso deixar de referir dois nomes: Paulo Otero e Bagão Félix, dois dos coordenadores do livro “Identidade e Família” do qual toda a gente tem ouvido falar nestas últimas semanas.
Digo, sinceramente, que nem sei muito bem como reagir. O modelo de família tradicional, a ideia da criação de um estatuto legal e fiscal da “mulher dona de casa”, uma tal de ideologia de género (que nem sei o que isso é), a cultura da morte, resgatar a “sovietização” do ensino (em 36 anos de serviço nunca me apercebi…ando distraída?), legislação que facilita o divórcio, a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo…são matérias que nos transportam para tempos que não queremos que voltem.
Todas estas temáticas são apresentadas por pessoas ultra conservadoras que colocam em causa todas as lutas destes 50 anos de 25 de Abril e de tudo o que levou à Revolução dos Cravos.
É fundamental, referir que direitos como: a Interrupção Voluntária da Gravidez ( lei de 2007); a Escolaridade Obrigatória até aos 18 anos ( lei de 2009); o Casamento Civil entre Pessoas do Mesmo Sexo ( lei de 2010); a adopção de crianças por casais do mesmo sexo (lei de 2016); a Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres ( lei de 2018 em vigor desde 2019 e ainda sem o seu cumprimento pleno); a Eutanásia (lei de 2023, aguarda publicação da regulamentação em Diário da República) …são conquistas recentes que demoraram décadas a serem implementadas e que ainda “provocam” dificuldades diárias, no que diz respeito ao seu cumprimento pleno.
Estes direitos fundamentais têm estado sempre “debaixo de olho” deste conservadorismo que espera (agora sem vergonha nenhuma) uma oportunidade para os fazer desaparecer.
E, para quem considera “…que andam por aí polícias do pensamento…” tem que perceber que o problema não são os pensamentos, os problemas são a tentativa descarada de colocar em causa direitos fundamentais!
Frases como os “adversários da família são a escola pública, a ideologia de género….” são uma afronta a todas as pessoas que lutam diariamente por uma sociedade mais justa e pela igualdade e equidade para toda a gente.
As mulheres são notoriamente alvo de ataque.
É um retrocesso atroz que as coloca, que nos coloca como donas de casa, como seres reprodutores e pouco mais.
Sinto-me atacada e ofendida!
Aliás, considero que muitos homens e mulheres se sentem ofendidos/as por estas declarações e por esta mentalidade que desrespeita tudo o que representa a democracia e a liberdade.
Não deixa de ser interessante que todos querem “a igualdade entre homens e mulheres, aproveitando o que de melhor o homem pode oferecer e o melhor que a mulher pode oferecer…não se deve eliminar ou anular as positivas diferenças que há entre homem e mulher”.
Mas, efectivamente o que quer isto dizer? O que é que se pode aproveitar melhor da mulher ou do homem? A mulher ser reprodutora? A força de um homem? A mulher ser boa dona de casa? O homem ser o chefe de família?
Mas alguém quer eliminar as diferenças? Nós queremos é equidade nos direitos respeitando todas as diferenças e mais algumas!
As mulheres querem mesmo é ser o que decidirem e quiserem ser!
Combater estes discursos e estas tentativas de voltar atrás e de, quiçá, de alterar leis e decretos que possam fragilizar a democracia e o desenvolvimento social em todas as suas vertentes, são lutas do agora!
Uma coisa é certa, as famílias e todas as pessoas precisam sempre de ajuda… precisam de melhores salários, de horários de trabalho que as respeitem, mais e melhor escola pública, mais e melhor habitação pública, mais e melhor saúde pública…sem guerra, sem fome e menos crises climáticas!
As famílias não precisam que lhes digam como devem ser constituídas, como e com quem as formar e construir, porque família é mesmo um conjunto de pessoas que vivem juntas…pai, mãe, pais, mães, filhos, filhas, avós, avôs…com ou sem ligações biológicas, com ligações afectivas ou legais e que o que querem e têm direito é mesmo a uma vida boa.

Viva a liberdade!
Viva a democracia!
Viva o 25 de Abril!

 Famílias há muitas!

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