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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
O Presidente da Câmara de Viseu desafiou as forças vivas do concelho e a direção da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) a “vir a terreiro” defender com “unhas e dentes” a ligação Aveiro-Viseu-Salamanca que está contemplada no Plano Ferroviário Nacional. Uma posição de Fernando Ruas, numa altura em que em Bragança (Trás-os-Montes) é também reclamada uma ligação em alta velocidade.
Autarcas e outras entidades regionais, entre elas a delegação local da SEDES, pedem uma ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança que tenha perfil de alta velocidade e ligação a Espanha, em Zamora, com passagem no Planalto Mirandês.
“Devemos arranjar mais gente que se junte à minha voz. De um lado há uma posição que está definida, com muitas gente e instituições, organizada. E deste lado apenas o presidente da Câmara de Viseu tem usado a palavra”, lamentou o autarca social-democrata.
Fernando Ruas exortou a SEDES de Viseu a também tomar posição, frisando que defender a linha Aveiro-Viseu-Salamanca “não quer dizer que uma retira a outra”.
“Achamos é que esta está definida e aprovada pela União Europeia e esta tem que seguir. Portanto, se querem fazer outra que façam mas que não seja em substituição desta (Aveiro-Viseu-Salamanca)”, avisou.
E reforçou: “Se Bragança acha que deve ter, nós nada temos a opor, mas que seja uma coisa à parte, que não se fale em substituição”, disse Fernando Ruas, voltando a pedir que “as forças vivas locais, e algumas com responsabilidades que se entretém a promover tanta coisa, que venham também a terreiro dizer alguma coisa”.
A ligação em alta velocidade Aveiro-Viseu-Salamanca está contemplada do Plano Ferroviário Nacional, cuja discussão pública termina hoje, e com um horizonte temporal de concretização de 2050.
Nos últimos meses, têm sido várias as vozes do norte transmontano que pedem que o plano comece a ser executado em Trás-os-Montes como um sinal de discriminação positiva. O deputado eleito pelo PS, Sobrinho Teixeira, prometeu “luta” para que se faça a “disrupção” com a forma como os territórios do Interior, como Bragança, têm sido tratados. A Associação Vale D´ouro propõe também que esta nova linha ferroviária passe a ser o corredor internacional atribuído à ligação Aveiro/Viseu/Salamanca. E a SEDES local veio pedir para ser feito um estudo comparativo entre as mais valias de um corredor a norte do Rio Douro em comparação com a linha que passa por Viseu.
Entretanto, o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, já rejeitou começar por Trás-os-Montes a execução do Plano Ferroviário Nacional e não se comprometeu com a possibilidade de este território vir a ter comboio de alta velocidade.
O governante remeteu para futuros governos esta e outras decisões, nomeadamente a calendarização e prioridades de execução do plano “de acordo com a capacidade de investimento que o país tiver”.
E ainda no âmbito da discussão pública do Plano Ferroviário Nacional, a Assembleia Municipal (AM) da Guarda aprovou uma moção onde pede para que seja clarificado se neste plano está prevista, no serviço de alta velocidade Porto Campanhã – Vilar Formoso e Porto Campanhã – Madrid Chamartín [Espanha], uma paragem na Guarda.
A AM também defende a passagem pela Guarda da RTE-T ((Rede Transeuropeia de Transportes Ferroviária de Alta Velocidade) “que passará por Viseu e seguirá até Vilar Formoso”, dado que a cidade mais alta do país “será a principal interface ferroviária do interior Centro do país e apresenta uma localização geoestratégica privilegiada”.
A moção, onde também é pedido que a conclusão de obras na Linha da Beira Alta seja, efetivamente, até novembro, vai ser enviada ao ministro das Infraestruturas, com conhecimento ao presidente da República e ao primeiro-ministro.