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A cerimónia de entrega de prémios da 24.ª edição do Festival de Teatro Jovem e Amador de Viseu decorreu ontem, no Teatro Viriato, numa sessão marcada pela homenagem a Jorge Fraga, encenador, ator, dramaturgo e professor com percurso reconhecido na cultura viseense, que perdeu a vida aos 71 anos em agosto do ano passado.
Jorge Fraga teve um papel ativo na criação e desenvolvimento do Festival e foi recordado pela comunidade artística presente, que destacou o seu contributo como jurado e mentor ao longo dos anos. Durante a cerimónia, foram apresentados excertos de uma entrevista concedida por Fraga ao Jornal do Centro, na rubrica “Espelho Meu”, como forma de evocação.
A vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Leonor Barata, afirma que “o Fraga foi um dos grandes mentores deste Festival, porque acreditava veementemente que a partilha e o ensino do teatro, bem como as suas diversas manifestações, são ferramentas de desenvolvimento, não só individual, mas também para a construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa”.
A autarca acrescentou ainda que “o ensino sempre ocupou grande parte das suas prioridades, a par com a encenação, onde se destacou igualmente, não só em Viseu, mas em todo o país. Mais do que um professor ou encenador – ou mesmo ator –, o Fraga era um verdadeiro mestre que transformava o quotidiano de quem com ele se cruzava”.
A encenadora, atriz e jurada nesta edição do festival, Sónia Barbosa, referiu que “há um ano ele estava aqui connosco”. Recordou que Jorge Fraga entregou o Prémio Osório Mateus na edição anterior: “Subiu a este palco para entregar o Prémio Osório Mateus – que foi ele que inventou e batizou – e falou-nos sobre o futuro, sobre os jovens, sobre como o Teatro pode mudar o futuro e os jovens. Falou-nos da partilha, da aprendizagem, da vontade de criar coisas novas e de o fazermos juntos, uns com os outros”.
“O poder do sopro que ele inflou na vida teatral viseense é difícil de calcular. Continua a bafejar-nos, a empurrar-nos, a enfunar as velas dos nossos barcos, que lançamos ao mar da criatividade, sempre que nos juntamos para fazer um espetáculo de teatro. Ou para aprender coisas sobre teatro. Ou para ler e discutir teatro. Ou para escrever para teatro”, disse Sónia Barbosa.
O Prémio Jorge Fraga, atribuído à “Melhor Peça”, distinguiu dois grupos: na categoria associações/instituições, o Grupo de Teatro Lugar Presente, com a peça ‘Escudos Humanos’, e na categoria escolar, o grupo Argonautas, com ‘As Cigarras Septendecim e Tredecim’.
Ainda na categoria escolar, o prémio de “Melhor Interpretação Secundária” foi atribuído a Sofia Fonseca e Carolina Sá, pelas personagens conjuntas das Moscas, na peça O ‘Zé das Moscas’, do grupo de teatro ABC do Colégio da Via Sacra. Já na categoria associações/instituições, o galardão foi para Tatiana da Costa, do Grupo de Teatro Lugar Presente, pela interpretação da personagem Filipa, na peça ‘Escudos Humanos’.
Júlia Murys e Vicente Oliveira receberam ex-aequo o prémio de “Melhor Interpretação”, na categoria escolar, pelas personagens Carmona e Jeremias, nas peças ‘A História de Catarina Eufémia e Jeremias’ e o ‘Mar do Norte’, apresentadas respetivamente pelo grupo EAE do Lugar Presente (7.º ano) e pelo grupo Art On Stage.
Na categoria associações/instituições, o elenco da peça Strip Poker, do Grupo Experimental Sigilo, foi distinguido com o prémio ex-aequo de “Melhor Interpretação”, pelas personagens Carmo, Jaime, Raquel e Carlos, interpretadas por Anne Amaral, Micael de Almeida, Joana Pina e Ricardo Cálix.
O Prémio Osório Mateus, que reconhece o “Melhor Texto Original”, foi atribuído à peça ‘A Sala do Castigo’, do Grupo de Teatro Casa do Sol.
Foram ainda atribuídas seis Menções Honrosas: à peça ‘O Olhar que Não Vê’, pela música original, às peças ‘I Love Celebrities’ e ‘A Sala do Castigo’, pela qualidade e coesão do elenco, à ‘A História de Catarina Eufémia’ pela qualidade do cruzamento das diversas linguagens artísticas; à ‘Memórias de Uma Livraria’, pelo espaço cénico; e à ‘O que aconteceu na Terra dos Procópios’, pela melhor cena.
A 24.ª edição do Festival de Teatro Jovem e Amador de Viseu decorreu entre 7 de maio e 7 de junho, com a participação de 19 peças — 11 na categoria escolar e 8 na categoria associações/instituições — e a presença de 250 atrizes e atores. O Júri foi constituído por Gabriel Gomes, Joana Martins, Mara Maravilha, Sofia Moura e Sónia Barbosa.
O festival é organizado anualmente pela Câmara Municipal de Viseu e tem como objetivos o incentivo à prática do teatro nas escolas, o apoio ao trabalho dos grupos locais, a descoberta de novos talentos, a criação de públicos e a promoção do teatro como ferramenta de conhecimento, entretenimento e inclusão social.