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O Beira – Observatório de Ideias Contemporâneas Azeredo Perdigão vai realizar a 8 de março no Solar do Vinho do Dão a sua Conferência de Inverno. Vale a pena começar por falar do local da conferência, a Casa de D. Miguel da Silva, um ilustre Bispo/Cardeal de Viseu e uma das figuras mais brilhantes do seu tempo. Foi ele que nos deu o Grão Vasco e quis fazer de Viseu a Segunda Roma no Séc. XVI. Esta casa é por isso um lugar inspirador para o pensamento e reflexão dos grandes temas da atualidade e que colocam o Homem numa verdadeira encruzilhada. Fazer pensar é o que se propõe o Observatório Beira nas quatro estações do ano (Primavera, Verão, Outono, Inverno).
Pensar que no Séc. XX o Mundo, as sociedades humanas, mas sobretudo a Europa, viveram duas guerras mundiais e foram capazes de desenvolver um Sistema Político Internacional que evitou a sua repetição. Isso foi possível desde 1945 e até aos dias ameaçados de hoje. Assistimos á transformação das antigas colónias europeias em novos Estados independentes. Assistimos a uma globalização rápida das ideias e do comércio. Assistimos a um enorme desenvolvimento científico, tecnológico e cultural. Assistimos á mudança de regimes políticos, a novas democracias e algumas ditaduras. Assistimos a falhanços no que toca ao sofrimento humano, desigualdades e confrontos regionais entre países.
Estamos hoje com várias e novas ameaças! Enfrentamos um desafio, talvez o mais complexo e diferente de todos. A mudança do próprio Homem como ser biológico, espiritual, social, político, económico, criador! A questão resume-se a uma pergunta: Vai o Homem tornar-se mais igual ás máquinas (IA) ou elas mais parecidas com o Homem? É uma resposta difícil! A proposta de reflexão do Beira para esta Conferência de Inverno é: Transumanismo e os novos desafios á Natureza Humana. E tem perguntas como: Será a imortalidade possível ou uma ilusão? Há limites para a Vida? A biologia deixa-nos viver para sempre? De Adão ao corpo glorioso? Progresso ou regressão? A conferência-base será de Jean-Michel Bernier (Filósofo francês) e os pontos de vista de Henrique Monteiro (Jornalista); David Marçal (Cientista); Eugénia Vasconcelos (Escritora) e Rui Grácio (Professor Universitário).
Porque o tema central refere o Transumanismo, um conceito com vários sentidos, vale a pena algumas notas sobre o que ele realmente é ou pode ser! O Homem enquanto “Homo Sapiens” e ao qual pertencemos tem 300 000 anos! Olhando para esse homem e para o homem de hoje percebem-se bem as diferenças. Quer dizer que o Ser Humano nunca foi e nem é um produto acabado, mas o fruto de uma evolução que tem muitas causas, como são o caso dos saltos tecnológicos. Homem e Tecnologia ou vice-versa foram evoluindo sempre, umas vezes ao mesmo ritmo e outras com formas e velocidades muito diferentes.
Nem sempre o pensamento/filosofia e a ciência/ tecnologia se olharam com confiança. Nos anos 30 do século passado surge a Filosofia da Ciência a tentar fazer a ponte e a tensão foi-se diluindo. As fronteiras entre humanos/máquinas foram-se abrindo com o desenvolvimento de uma tecnologia cada vez mais inteligente, com a robótica e Inteligência Artificial (IA). Do lado do Homem as melhorias foram acontecendo ao nível do conhecimento, inteligência, criatividade, força e velocidade! A partir de certo momento, as superações humanas foram conseguidas com drogas inteligentes, neuro estimulação e implantes neuronais. Elementos artificiais foram introduzidos no corpo humano através da combinação ciência/tecnologia. Os exemplos de hoje estão na IA, robótica, biotecnologias e numa variedade de implantes. O Homem biológico foi-se melhorando com estas descobertas.
Então o que é o Programa do Transumanismo? É um movimento filosófico, intelectual, cultural, social, político, económico, científico, tecnológico, que quer quebrar as limitações da nossa espécie, acelerar a nossa evolução, superar o “Homo Sapiens” e levá-lo para um Ser Pós-Humano. É aqui que agora se discutem as diferentes formas de evolução, as vantagens e riscos inerentes. O Transumanismo é a transformação da condição humana através de melhorias biotecnológicas da sua natureza humana. O desenvolvimento acelerado das tecnologias, sobretudo da IA, obrigam a uma discussão séria das várias correntes. Isto porque o leque vai de pequenas melhorias e cruzamentos entre tecnologia/humano, até aos que querem e acreditam num Homem tão perfeito, quase deus, através da tecnologia. O perigo é a tecnofobia, porque foi criado um culto á máquina/tecnologia. Porque as pessoas não sabem como tudo funciona, mas onde se percebe o papel irrelevante do homem e a perda do valor do trabalho humano.
E do outro lado, os mais moderados, aqueles que se dizem ao Centro? Esses querem que se escolha o melhor do Humanismo, o melhor do Transumanismo e o melhor do Pós-Humanismo. Os valores dessas escolhas reuniriam: Do Humanismo a Liberdade e Dignidade; do Transumanismo as melhorias não radicais; do Pós-Humanismo a relação com o Mundo. Prevê-se por isso uma Grande Conferência no Fontelo, porque este futuro está a bater-nos á porta…
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