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Sete dias em Berna. A eternidade condensada na geometria cristalina do efémero.
Ao chegar, tinha a Fátima à minha espera na estação ferroviária. Por momentos, contemplando-a à medida que o comboio se aproximava, revi a figura de uma adolescente de uma Lisboa do passado. Como se o tempo se tivesse transfigurado. A mesma silhueta fina, elegante, morena, de cabelos negros estendidos sobre os ombros. Calças jeans, blusa branca, e uns ténis gastos de um azul mal definido.
Não me apressei a descer, imobilizado na janela pela perturbadora visão. Ela, aos saltos, rindo-se, tentando elevar-se até mim. Depois gritei-lhe se era ela mesma, ou a do passado, transposta por milagre para o presente. Respondeu-me que me deixasse de tolices e viesse, tantas eram as saudades. Fui e peguei-lhe o corpo por entre os meus braços, colocando-lhe os lábios à altura dos meus. O nosso encontro não parou a circulação das pessoas e malas e mochilas e outras mercadorias, mas para nós foi o que realmente aconteceu, porque emudecêramos para o mundo e o seu ruído, indiferentes ao andamento do exterior.
Pelo caminho, eu, de mochila às costas, e de mãos dadas às dela, contou-me que tinha ido passar quatro dias com a Lena, a minha conhecida da Suíça por quem tinha descoberto a Fátima. Entretanto, as duas tinham-se tornado íntimas amigas. Eu sabia que a Lena, mais livre e despreocupada em termos económicos, a visitava com frequência.
Depois, já em casa, isto é, no anexo do hotel, nesse resto do dia e até de manhã, eu não me lembro se comemos, se dormimos, se bebemos, se falámos e, se sim, de quê, foram horas de luxo, de luxúria, de exuberância dos sentidos, de exaltação da alma. Adormecemos de madrugada e dormimos o sono dos justos, o sono dos amantes, o sono de dois náufragos chegados à areia de uma praia.
Lembro-me de ter acordado depois dela, já ela tomara um banho, se vestira, e se sentara na beira da cama, ao meu lado. Por minha vontade não saía da cama, quase a obriguei a voltar, mas ela foi perentória. Estava esfomeada, eu também deveria estar, e seria razoável comer qualquer coisa. Mas era isso que eu queria, disse-lhe a brincar. Claro que ela tinha razão. Levantei-me, tomei um duche e vesti-me. Após estes preparativos, saímos, porque ela achava que merecíamos algo de especial.
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
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Joaquim Alexandre Rodrigues