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Ontem fomos ao concerto de Caetano Veloso. Eu e a jovem do castelo de Mourão. Não nos víamos há algum tempo, apesar dos postais que me envia, a chamar-me de amor. Experimentei telefonar para a casa onde está hospedada em Lisboa. Não foi ela que atendeu. Disse o meu nome e com quem pretendia falar. Passou-se uma eternidade. Mas por fim, ela falou. Reservada, apesar de um contido contentamento. Esclarecia-a. Ela aceitou comprar o bilhete mas que ia pensar se me acompanharia. Hesitei se iria no fim de semana, ou só na terça. Cedo, corria o risco de andar sozinho por Lisboa, condição que me angustia. Decidi-me pela segunda-feira, dado ter aulas só de manhã. Para quem nunca falta, o sentimento moral não seria tão acusativo pela ausência dos dois dias seguintes.
Mal cheguei a Lisboa, tentei contactá-la. Era ao meio da tarde. Não tinha aulas e veio de imediato ter comigo. Ao aproximar-se, estava eu sentado numa esplanada dos Restauradores, atento a quem passava. Vi-a logo. As mesmas calças cor de rosa, agora um pouco mais coçadas, blusa branca e um pulôver vermelho pendurado ao pescoço. Os cabelos, mais curtos, mas o mesmo olhar e a mesma perfeição corporal. Levantei-me e abri-lhe os braços. Ela não veio como das outras vezes, esfuziante, mas discreta, à defesa, em contenção de gestos. Mas aconchegou-se ao meu peito e deu-me um beijo na face. Convidei-a a sentar-se. Ela sugeriu um passeio. Apanhámos um elétrico e fomos para a zona da Torre de Belém. Como ela trazia uma máquina de fotografia, das instantâneas, pedi a alguém que passava que nos tirasse uma foto. Ficámos os dois, sentados num muro, com a Torre e um pedaço do Tejo como fundo. Ela de pernas cruzadas, o pulôver ao colo, e um sapato descalçado. Agarrei-lhe num dos braços e disse-lhe uma brincadeira num esforço de lhe desanuviar a seriedade do rosto. Mas a foto não ficou má e guardei-a comigo. Perguntei-lhe, finalmente, se tinha conseguido o bilhete, porque, devido ao seu comportamento distanciado, até me esquecera do concerto. Abriu a malinha, retirou um bilhete e dou-mo. Mas, de seguida, e perante o meu olhar interrogativo, mostrou-me outro. Não me contive e beijei-a nos lábios com alegria. Ela correspondeu, mas no fim perguntou-me pelo significado do nosso encontro, o que é que ela poderia esperar de mim. Colhido de surpresa, respondi-lhe que o mesmo das outras vezes, o meu afeto, o prazer da sua companhia. Ela disse que agora isso lhe sabe a pouco, apesar da alegria que no fundo sente por estar ali comigo. Compreendi. E calei-me. Para ganhar tempo, perguntei o que tinha feito, o que fazia.
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