A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Sabia que é possível parecer mais jovem e elegante com os seus…
No segundo episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
Curiosa e frustrante a relação com o …. Passa por ser meu amigo. Mas não sei exatamente o que ele vê e espera de mim. As suas visitas explicar-se-ão apenas porque sou um dos poucos conhecidos que lhe dá atenção e o escuta? Evito prender em definições seja o que for, pois são quase sempre redutoras, especialmente tratando-se de algo tão insondável como a psicologia humana. Mas parece-me que ele se ressente um tanto da minha formação universitária. Sempre que exponho um ponto de vista marginal ao senso comum, fecha-se, enerva-se, ataca-me por vezes. Assim não é fácil manter uma relação: temos que nos encolher a um canto, pesando cuidadosamente cada palavra para evitar suscetibilidades. A franqueza desaparece em confronto com uma desconfiança sempre latente. Considerando estes pressupostos, decidi superficializar as nossas relações. Podemos ir a uma festa, beber uns copos, tagarelar sobre futilidades, e é quanto basta. Até porque quanto menos se esperar das coisas ou das pessoas menor é a insatisfação.
O ponto da situação: o meu pai está desempregado; vai equilibrando o orçamento familiar com a venda dos quadros a óleo (cuja arte aprendeu como autodidata em África) e o subsídio. O … anda por esta altura por terras de Espanha; a minha prima está a fazer de enfermeira junto da mãe operada há pouco; a … continua com a família no Algarve; o … impacienta-se nestes seus últimos meses de tropa; a Élia prepara-se para ir em passeio à Madeira. E eu empanturro-me de férias, sem saber bem que fazer de tanta liberdade. Projetos não me faltam, mas dificuldades monetárias tolhem-me os movimentos. Entretanto, não descuro a leitura, a música e o atletismo. Mas por vezes arrelia-me deveras não sair mais vezes. Mas, pergunto-me, sair para onde? Tondela enfastia-me, em Viseu conheço pouca gente, e na aldeia não está ninguém. Hoje, por exemplo, decidi ir de tarde a Viseu. Ir por ir, gratuitamente. Mas depois de estar mais de uma hora à boleia, em vão, desisti e entrei num café em Tondela. Aí encontrei um moço, amigo de conversar sobre tudo, mas eu escutava-o sem prestar atenção, sem uma ideia, e as poucas palavras que pronunciava eram frouxas, desinteressadas. É constrangedor a frequência com que me distraio, me esqueço do sentido das palavras do meu interlocutor e fico, de olhar abstrato, calado e como que fora deste mundo. Preciso de algum esforço para descer do alto do vazio e prestar de novo um pouco de atenção.
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Helena Carvalho Pereira
por
José Carreira