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Tenho uns amigos da treta. Demasiados fechados em si mesmos. Ou nem isso. Fechados nos seus mundos, nas suas ocupações, nos seus vícios. Alguns, ainda com alguma pureza interior, são arrastados no redemoinho das suas vidas. Inventam problemas, provocam situações, perdem o fôlego. Mas quero sobretudo referir a ausência de partilha na amizade. Tenho para mim que bom é a cumplicidade entre amigos, a comunhão de afetos, gostos e viagens. De música, de cinema, de livros, de montanhas. No entanto, são tão raras essas ocasiões. Só às vezes acontece essa comunicação, e quase só com um. Mas descubro que o meu amigo é difícil, complicado. Se algo não se enquadra no seu esquema linear, desafina, irrita-se, põe em causa a amizade. Obrigo-me a estar sempre atento às palavras para evitar melindrá-lo. No campo político, o seu ponto fraco é o capitalismo.
Tenho defendido que este sistema, apesar de injusto, terá virtualidades que lhe têm permitido não só sobreviver mas até contribuir para o enriquecimento global. Portanto, apontar só as suas fraquezas e doenças não nos ajuda a compreendê-lo e muito menos a transformá-lo. O que se impõe é reconhecer as suas potencialidades e saber regulá-lo. Mas ele acha imediatamente que estou a legitimar a exploração, e inicia um discurso de amor aos pobres, de renúncia aos bens materiais. Chegou ao ponto de citar com admiração uma suposta frase de Salazar: «Deu-me Deus o dom da pobreza».
Com o … é impossível. Não sabe conversar, ouvir o outro, aprender. Enrodilha o discurso, saltita temas, confunde a lógica, sempre cheio de defesas, de medos, de complexos. Não permite que o outro exponha as ideias, interrompe, ataca, eleva a voz.
A …, minha amiga mais nova uns anos. Tenho aprendido com ela o valor da amizade. É inteligente, perspicaz, de reflexão rápida. Sempre interessada, disponível para outras ideias, outros discos, novas experiências. Mas desde que foi para Lisboa, a vida noturna e as drogas provocaram-lhe um efeito pernicioso. Dispersa-se por completo, gasta-se inutilmente. Alguns temem mesmo o seu excessivo consumo de drogas. De qualquer modo, tem ocorrido um distanciamento. Raras vezes vem a Tondela. Parece que canta numa banda. É ela que escreve as letras. Disse-me que só pedrada consegue escrever. Mas o quê? Frases desconexas, sem sentido, com piada em certas combinações inesperadas.
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