Já tem ementa para a sua mesa de Consoada? Temos a sugestão…
Com a descida das temperaturas, os cultivos necessitam de mais tempo para…
Antes de começar a renovação de qualquer divisão na sua casa, é…
por
Rita Mesquita Pinto
por
Jorge Marques
por
Diogo Pina Chiquelho
Dia de aniversário de Bob Dylan. Gosto deste autor de canções. Dele e de Leonard Cohen. Do primeiro, admiro a coragem de se não deixar prender em etiquetas musicais ou ideológicas, e a sua audácia de seguir um caminho próprio, mesmo quando tal atitude irrita o seu público. Do segundo, da voz, da postura, da simbiose poética entre o profano e o sagrado.
16- Agosto- 1980
Que escrever? Ando por aqui, pacientemente, em busca de um equilíbrio. Que devo fazer? Guardo e alimento a esperança, na verdade é a última certeza que nos resta. O presente queima-nos. O passado nada nos garante. O futuro? A única dimensão do tempo é a esperança. Lúcido, por vezes furiosamente lúcido, procuro ver claro nas coisas e nas pessoas.
A ambição exclusivamente material não me ilude; o desbragamento dos sentidos e a loucura emocional, a maior parte das vezes, supero-as; a raiva cega, a adesão impulsiva a certos movimentos ou certos tipos de música não me interessam ou apenas funcionam como pontos de referência negativos. Não sei se me explico bem, as palavras são ambíguas e nem sempre se sabe usá-las com clareza. Procuro claridade, uma espécie de sabedoria hindu para ver por entre a confusão quotidiana. Não proponho uma postura marginal ao rio do mundo, superior aos homens, mas somente uma arte de indiferença em relação à promiscuidade da vida social.
Estou de férias. E há vinte e nove dias sem fumar. De manhã, pratico atletismo. Leio bastante. Penso. Ouço música. Leio o «Jornal», semanalmente.
Ontem, de repente, choveu. Hoje, o dia apresenta-se como eu aprecio: o céu de um azul profundo, com nuvens, mas de uma luminosidade líquida. A terra respira um ar lavado. É um daqueles dias em que apetece longos passeios pelos pinhais, fumando e conversando tranquilamente.
Sábado. Festa da Mata. Já não me dizem muito este tipo de festas. Muita gente e muito barulho. A música, além de vulgar, mal imitada. Chego ao fim das festas com uma sensação pesada de vazio. Geralmente, acabo por me abater numa cadeira, a olhar.
por
Rita Mesquita Pinto
por
Jorge Marques
por
Diogo Pina Chiquelho