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HPV e o cancro: um problema não-exclusivo das mulheres

 HPV e o cancro: um problema não-exclusivo das mulheres - Jornal do Centro
05.11.22
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 HPV e o cancro: um problema não-exclusivo das mulheres - Jornal do Centro

O vírus do Papiloma Humano (HPV) é o vírus sexualmente transmissível mais comum, sendo que a maioria das mulheres e homens sexualmente ativos adquirem pelo menos uma infeção genital por HPV durante a sua vida. Os HPV são pequenos vírus da família Papillomaviridae, categorizados em cinco géneros e mais de 200 tipos. Dependendo dos géneros, os HPV têm tendência a estabelecer-se em diferentes locais: os HPV alfa infetam superfícies mucosas e pele, enquanto outros géneros como beta e gama apenas infetam a pele. Adicionalmente e com base em dados epidemiológicos e biológicos, os HPV são ainda classificados em alto e baixo risco, dependendo do seu potencial carcinogénico.

Os HPV16 e 18, por exemplo, são classificados como HPV de alto risco e são responsáveis por transformações malignas que resultam em estados pré-cancerígenos e cancerígenos, enquanto HPV de baixo risco tais como HPV6 e 11 são considerados não cancerígenos.
Os HPV são agentes causadores bem estabelecidos de cancro do colo do útero (bem como outros cancros anogenitais, da cabeça e do pescoço), sendo que os HPV16, 18 e 58 são responsáveis por cerca de 90% de todos os casos de cancro do colo do útero. Os HPV6 e 11 são os agentes causadores mais comum de lesões benignas tais como verrugas genitais.

A aplicação de medidas preventivas como o rastreio e a vacinação permitirá erradicar (ou perto disso) o cancro do colo do útero até 2030, segundo um plano de atuação global implementado pela Organização Mundial de Saúde, que visa a vacinação de 90% de todas as mulheres até aos 15 anos. A implementação correta desta estratégia global levará à prevenção de 300 mil mortes anuais devido ao cancro do colo do útero.
Contudo, enquanto a aplicação de programas em larga escala de rastreio, vacinação e tratamento do cancro do colo do útero atenua um problema grave de saúde pública nas mulheres, ao mesmo tempo um problema igualmente grave surge silenciosamente no sexo oposto, longe da atenção da comunidade médica e científica: os cancros da cabeça e pescoço. Atualmente existem mais casos de cancro da cabeça e pescoço do que cancros do colo do útero, sendo que estes são 4 vezes mais comuns nos homens do que nas mulheres. Cerca de 70% destes cancros são causados pelo HPV e em cada 10 casos reportados de cancro causado por este vírus, 4 são na população masculina. De facto, um estudo publicado no Journal of Infectious Diseases descobriu que os homens têm mais probabilidade de serem infetados com HPV do que as mulheres, e um resumo publicado pelo National Center for Health Statistics relata que os homens têm mais probabilidades de serem infetados com HPV de alto risco. A agravar o cenário por si só já dramático, está o facto de não existir um teste de diagnóstico precoce como no caso das mulheres com a citologia cervico-vaginal (teste do Papanicolau). Para além dos cancros associados à infeção por HPV em homens, uma outra consequência clínica importante é o potencial de infetar as mulheres, que pode levar a uma morbilidade e mortalidade substanciais. A transmissão sexual do HPV é um mecanismo bem conhecido, e existem agora vários estudos que mostram a influência da infeção pelo HPV masculino na infeção e doença do HPV nas mulheres.
De forma a estender as medidas preventivas existentes aos homens, desde 1 de outubro de 2020, o Programa Nacional de Vacinação alargou a vacinação contra o HPV aos rapazes, sendo administrada aos 10 anos. Tal como no caso da COVID-19, a vacinação pode ser a maior aliada no combate à infeção e uma arma valiosa contra o cancro. Ainda que os cancros relacionados com HPV sejam passíveis de ser tratados com sucesso, prevenir um cancro é muito melhor do que tratá-lo.
Muitas vezes, os homens não estão conscientes da infeção por HPV, ou pensam que é apenas um problema exclusivo das mulheres. Mas a infeção por HPV nos homens pode causar cancros perigosos, por isso é essencial ser vacinado e estar atento a quaisquer sinais de infeção.

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