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O incendiarismo foi a principal causa da área ardida em 2024 nas regiões do Centro e Norte conclui o relatório agora divulgado pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) que aponta para a necessidade de reforçar ações de investigação criminal, sensibilização e vigilância em zonas de risco elevado.
Os incêndios rurais do ano passado em Portugal revelam padrões preocupantes, especialmente nas regiões Norte e Centro do país, responsáveis por 97% da área total ardida.
A análise regional evidencia uma realidade desigual entre as cinco regiões administrativas (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve), com o Norte a registar 57% das ocorrências (3 560 fogos) e 48% da área ardida (65 457 hectares), e o Centro com 17% das ocorrências (1 077) e 49% da área ardida (68 530 hectares).
O mês de setembro destacou-se particularmente como um dos mais críticos, com condições meteorológicas severas a potenciar incêndios de grandes dimensões e o distrito de Viseu a ser um dos mais afetados. Nelas, Mangualde, Carregal do Sal, Penalva do Castelo, Castro Daire, São Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva, Resende e Cinfães foram alguns dos concelhos mais fustigados pelos fogos que ocorreram entre os dias 16 e 19 de setembro.
Castro Daire foi mesmo o concelho do país com mais área ardida, com cerca de 70 por cento do território reduzido a cinzas.
Ainda nos incêndios de setembro, nove pessoas, quatro das quais bombeiros, e 175 ficaram feridas nas regiões Norte e Centro de Portugal. Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares.
Na sequência dos fogos de setembro, a Polícia Judiciária abriu 237 investigações e deteve 13 suspeitos.
Apesar de uma tendência nacional de redução de ignições desde 2017 — com destaque para o Norte e Centro, onde a diminuição ultrapassou os 60% —, a área ardida em 2024 nestas regiões superou as médias históricas. Isto demonstra que menos incêndios não significam necessariamente menor destruição, sobretudo quando as condições meteorológicas se tornam mais extremas.
Enquanto regiões como Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve apresentaram em 2024 uma significativa redução da área ardida e um maior peso de causas acidentais, os incêndios no Norte e Centro foram, em larga medida, provocados por ações intencionais, com consequências devastadoras.