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Incêndios: Chamas destruíram oito mil hectares em Penalva do Castelo

Fogo que lavrava desde segunda-feira foi dado como extinto esta madrugada. Câmara vai reunir hoje com juntas de freguesia para apurar prejuízos

 Incêndios: Chamas destruíram oito mil hectares em Penalva do Castelo
20.09.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Incêndios: Chamas destruíram oito mil hectares em Penalva do Castelo
11.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Incêndios: Chamas destruíram oito mil hectares em Penalva do Castelo

Oito mil hectares do concelho de Penalva do Castelo foram destruídos pelas chamas, incluindo duas primeiras habitações, vários anexos, armazéns agrícolas, vinhas, pomares e produtos da terra, revelou o presidente da Câmara.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Carvalho explicou que o balanço dos danos e prejuízos “ainda não é definitivo” e que, por isso, convocou para a tarde desta sexta-feira (20 de setembro) uma reunião com os presidentes de junta do concelho, que ajudarão a fazer um retrato mais preciso.

“Em área ardida devemos ter cerca de oito mil hectares e arderam dois edifícios de primeira habitação. Muitas alfaias e equipamentos agrícolas arderam ou ficaram danificados, bem como vários anexos, barracões e armazéns agrícolas, onde os agricultores guardavam alfaias e produtos da terra”, indicou.

O incêndio que lavrava em Penalva do Castelo desde segunda-feira (dia 16) foi dado como extinto durante a madrugada de hoje.

“Somos um concelho do setor primário, onde a agricultura ainda prevalece, com muita gente a dedicar-se à produção de vinho, azeite, maçã de Bravo Esmolfe, frutos vermelhos e queijo Serra da Estrela. Tudo isto foi afetado”, lamentou.

De acordo com o autarca, arderam algumas vinhas e pomares, o que causou grande desânimo na população, que é maioritariamente idosa.

“Há vários alimentos da terra que arderam, bem como a lenha que já estava armazenada para os nossos agricultores se protegerem do frio. Ardeu o pastoreio e os animais ficaram, para já, sem alimento”, acrescentou.

No que toca a equipamentos municipais, “perdeu-se muita coisa ao nível da sinalização”.

“Temos percursos pedestres que estavam sinalizados e foram afetados. Mas sublinho que há um conjunto de equipamentos particulares que têm de ser subsidiados, através do Governo, de fundos comunitários, do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] ou do Município”.

Francisco Carvalho revelou ainda à agência Lusa que, na hora de aflição, quando os agricultores o abordavam no teatro de operações, não teve outra alternativa a não ser tranquilizá-los.

“Diziam-me ‘estou desgraçado, mais valia morrer do que me morrerem os animais’ e eu, naquele momento, não tinha outra palavra que não tranquilizar. Dizer para estarem sossegados, que aquilo que se perdeu a Câmara Municipal vai repor”, contou.

O autarca deixou a garantia que será feito “um levantamento rigoroso” dos danos, para que não se verifiquem “os abusos” que ocorreram noutros concelhos em 2017.

“Aquilo que eu certificar, e foi assim que me disse o ministro da Coesão Territorial, o senhor Castro Almeida pagará, pois confia nos autarcas e eu confio no ministro. A nossa população deu tudo o que tinha e o que não tinha para salvar os seus bens, de vizinhos e não merece ser abandonada agora”, concluiu.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

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