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O Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira tem trabalhado, ao longo dos últimos 30 anos, na proteção do legado da Freguesia de Queirã, concelho de Vouzela. Foi com este objetivo que se lançaram para a publicação do livro “Memórias de Queirã”, que é publicado este sábado na sede da coletividade. “Trata-se de uma publicação que junta as diversas recolhas que foram feitas, tanto históricas como de tradições, do património material e imaterial da Freguesia de Queirã”, começa por explicar Jorge Rocha, presidente da direção do grupo.
O livro está dividido em cinco capítulos. Há “a parte histórica, que é a descrição histórica dos primórdios até agora da freguesia, a etnografia, o capítulo ligado às tradições, uma parte do associativismo, ligada a toda a vivência na freguesia, e um capítulo que tem uma parte económica”, desvenda Jorge Rocha.
Apesar de ser editado pelo Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira, o projeto foi iniciado pelo professor Joaquim da Silva Mendes, o presidente da Junta da Freguesia de Queirã que morreu em 2013, vítima de um incêndio.
Jorge Rocha fala abertamente de como surgiu e quais os objetivos. “O livro foi escrito por quatro pessoas e editado pelo Grupo. O escritor inicial, e onde começou a ideia, foi o professor Joaquim da Silva Mendes. O objetivo de quem veio depois foi continuar esse propósito, que é contar a história e mostrar o que há para conhecer na freguesia, que o professor começou”, acrescenta.
Esta freguesia também é notoriamente conhecida por ser uma região mineira. Com um valor económico indescritível, a história do estanho e do volfrâmio está associada, de forma automática, à freguesia. “O livro tem uma parte económica, onde se fala de como o minério foi uma das fontes do desenvolvimento da freguesia como um todo”, afirma Jorge Rocha.
Quando a ideia surgiu, a partir do professor Joaquim da Silva Mendes, baseava-se em fazer a monografia de Queirã. No entanto, à medida que o projeto avançou, os escritores que o finalizaram, decidiram “recolher ao máximo, quer da parte histórica, quer das tradições”, como afirma o presidente da direção do Grupo de Cavaquinhos e Cantares à Beira. “Temos vindo a recolher, mesmo da parte musical, mas há sempre coisas novas a encontrar. Por isso é que não chamámos Monografia (ao projeto), mas sim Memórias de Queirã”, complementa ainda Jorge Rocha.
“O livro em si não é um fecho, mas sim um começo”, finaliza.
Ricardo Fonseca