Mercado 2 de Maio vai ser a “praça da restauração” de Viseu

A Câmara de Viseu quer que o Mercado 2 de Maio, que deverá ficar concluído no verão, seja uma praça de restauração no centro da cidade. “Todas as lojas que estiverem livres e as novas que foram feitas com a requalificação são para disponibilizar para a restauração”, anunciou Fernando Ruas, presidente da autarquia.

“O que pretendemos com esta comunicação, que transformaremos num edital, é que os operadores interessados possam desde já manifestar o interesse e disponibilidade”, acrescentou, prevendo que se abra a breve prazo o procedimento de atribuição dos referidos espaços.

Para Fernando Ruas, e agora que está traçada a estratégia, o Mercado 2 de Maio vai ser “a âncora de uma nova centralidade gastronómica de Viseu e que, ao mesmo tempo, possa divulgar espaços comerciais já existentes no panorama gastronómico local”.

“Reitero essa vontade de atribuir todos os espaços vazios a esta atividade e a vontade que temos que nos façam chegar essa manifestação de interesse dos espaços”, reforçou o autarca, que anunciou ainda que no piso superior vai ficar um palco preparado para os espetáculos e que o estacionamento não será problema.
“Para comer as pessoas nadam mais”, disse, em jeito de brincadeira.

O Mercado 2 de Maio entrou em obras de requalificação no início de 2021. Para já, a grande cobertura com painéis fotovoltaicos é a atração de um local que já está a receber as árvores que tinham sido retiradas durante as obras.

Esta será a última fase de um projeto que começou a ser pensado há quase uma década quando o então executivo, liderado por Almeida Henriques, lançou um concurso de ideias para revitalizar a Praça que desde que fechou portas como mercado municipal esteve sempre debaixo de polémicas. Primeiro porque foi criticada a opção arquitetónica que Siza Vieira deu ao espaço; segundo porque o próprio arquiteto nunca aceitou que a sua obra fosse alterada e, agora, mais recentemente, com um grupo de personalidades locais e nacionais que em carta aberta à Câmara exigiram a suspensão dos trabalhos por considerarem um atentado patrimonial à obra de um arquitecto de renome como Siza Vieira.

Fernando Ruas, que não se mostrou grande adepto da obra, mas sempre disse que não podia “voltar atrás” quando regressou ao executivo, tem agora afirmado que o local até pode vir a ser “uma boa surpresa”.

A intervenção envolveu a cobertura e a requalificação de todas as frações do edifício envolvente da praça, interiores e exteriores, bem como a reabilitação de todas as lojas e a instalação de um sistema de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado). Uma obra que tem um custo superior a 5 milhões de euros e que encareceu, segundo o presidente da Câmara de Viseu, por causa do preço da matéria-prima e pela necessidade de se fazer a revisão dos preços.